A política econômica de Paulo Guedes e o descaso de Jair Bolsonaro com os mais pobres fizeram com que famílias brasileiras chegassem ao ponto de ter que escolher entre comprar comida ou pagar a água e a luz.
O número de brasileiros com alguma dessas contas em atraso cresceu 7,92% em abril deste ano em comparação a abril de 2021, mostra levantamento feito pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Logistas) e SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Com isso, a inadimplência das contas básicas é a segunda que mais cresceu nos últimos 12 meses. Só ficou atrás das pendências com bancos, que é sempre líder no ranking e aumentou 18,75% no mesmo período.
Segundo a coordenadora financeira da CNDL, Merula Borges, esse aumento de 7,92% é algo inédito no Brasil. De acordo com ela, no passado, ou seja, nos governos do PT, esse índice sempre ficou entre 2% e 3%.
“O aumento da inadimplência de contas de água e luz retrata a situação do país”, disse ela ao jornal O Estado de S. Paulo.
E que situação é essa? Merula explica: desemprego elevado e inflação alta. E pior: a conta de luz aumentou muito mais que a inflação. Nos últimos 12 meses até abril, a energia já subiu 20,52% e superou a inflação geral de 12,13%, aponta o Estadão.
Abandono e insensibilidade
Infelizmente, somos obrigados a repetir o que estamos dizendo há meses: Bolsonaro e Guedes abandonaram milhões de brasileiros quando decidiram acabar de uma só vez, no fim do ano passado, com o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial.
Sem qualquer tipo de estudo sobre a situação dos trabalhadores, cortaram o benefício de mais de 25 milhões de famílias. Ao mesmo tempo, não conseguiram gerar empregos e não param de aumentar preços que poderiam controlar, como o dos combustíveis, do gás de cozinha e da energia elétrica.
Mesmo diante desse quadro caótico, a conta de luz deve subir ainda mais. Estimativa publicada pela Folha de S. Paulo mostra que os brasileiros vão pagar ao menos 12% mais na tarifa residencial este ano. O maior peso será sentido pelos moradores da região Nordeste: a tarifa residencial ficará 17% mais cara no ano em média.
É por isso que se tornam cada vez mais comuns histórias como a de Viviane da Silva Rocha, moradora de São Paulo de 36 anos, mãe de um menino de 6 e desempregada há quatro meses.
Em fevereiro passado, viu a conta de luz subir de R$ 80 para R$ 300 e se viu obrigada a escolher entre pagar o boleto ou fazer compra no supermercado. “A minha opção foi comer”, contou ao Estadão.
Prates: “governo mal intencionado”
Para o senador Jean Paul Prates (PT-RN), os brasileiros estão pagando o preço da “desorganização das políticas para a área de energia deste governo”.
“Não restam dúvidas quanto à incompetência ou, até mesmo, as más intenções de Bolsonaro e sua equipe. Em paralelo ao desastre dos aumentos dos preços dos combustíveis no Brasil, temos agora os efeitos de decisões passadas sobre a conta de energia elétrica dos brasileiros”, denuncia.
“Firmamos contratos de compra de energia com térmicas além de nossa necessidade e demos um cheque em branco para as distribuidoras. Os consumidores vão pagar por esses erros pelos próximos anos. Não há saída que não seja trocar Bolsonaro e Guedes! O governo prefere privilegiar especuladores a proteger o consumidor”, completa.
PTNacional, com PT no Senado