A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), em discurso contundente na sessão remota nessa terça-feira (2), na Câmara dos Deputados, afirmou que é preciso parar o presidente Bolsonaro. “Ele não é louco! Ele não é débil! Ele é um fascista que tem um projeto de destruição, de criminalização da política, um projeto por meio do qual ele quer colocar as pessoas armadas nas ruas para se defenderem. Ele quer que trabalhadores simples saiam das suas casas porque ele está contra o isolamento. Este homem não merece, não tem mais condição de governar o País”, desabafou.
Indignada, a deputada disse que é duro ver a violência que cresce. “É duro ver que o governo não está colocando, em primeiro lugar, as pessoas que dependem do Estado”, lamentou. Na sua avaliação, o presidente Bolsonaro é um “irresponsável” que tenta nomear como inimigo a população brasileira e aqueles que mais precisam do serviço e da mão do Estado.
“É inconcebível que um presidente da República possa brincar com as vidas das pessoas, fazer um passeio sem máscara, fazer questão de segurar uma criança no colo, sair abraçando todo mundo e, depois, quase dar uma rasante de helicóptero, numa manifestação em seu favor e contra a democracia brasileira, contra o STF, contra as organizações e instituições”, protestou Benedita.
Ela ainda repudiou o discurso governista que tenta culpar a esquerda pela “baderna” que está acontecendo no Brasil. “Não. Ele (Bolsonaro) é o primeiro que está fazendo movimento nas ruas, tem infiltrado pessoas para irem aos movimentos pacíficos e lá cometerem os seus desatinos, as suas barbáries, para depois dizer que foi a esquerda”, denunciou.
Bandeiras queimadas
Benedita da Silva lembrou que viu queimar bandeira nos atos contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, “esta mulher que nada deve e que foi por esta Casa impeachmada. E nós, do Partido dos Trabalhadores e todos aqueles que eram contra o impeachment, temos a nossa cabeça erguida porque nós não queimamos a bandeira do Brasil”, afirmou. Ela ainda citou o “ódio midiático pelo PT”, criado na imprensa e nas pessoas, dizendo até, entre outros absurdos, que o PT quebrou o Brasil.
“Mas foi próprio Paulo Guedes [ministro da Economia] que disse que, se não fossem as reservas deixadas pelo PT, pelos governos Lula e Dilma, aí, sim, este País tinha quebrado”, observou ao acrescentar que o governo Bolsonaro e sua equipe econômica são incompetentes. “É um governo incompetente, que não sabe orientar a economia, que não sabe fazer o giro de capital interno. Isso é o que acontece com este irresponsável”, reforçou.
Benedita conclui mais uma vez que é preciso parar Bolsonaro. “Nós temos que dar uma resposta. Chega! Nós não aguentamos mais, não é possível! Nós temos de impor limites ao Bolsonaro ou ele fecha o Supremo, ele fecha a Câmara, ele fecha o Senado”, alertou.
Vania Rodrigues
Foto: Gabriel Paiva/Arquivo