Em quase sete meses de governo, Jair Bolsonaro nada entregou de bom ao País, a não ser um ‘circo’ para distrair seus fanáticos apoiadores enquanto promove uma política ultraliberal que retira direitos históricos do povo brasileiro e entrega o patrimônio público a interesses estrangeiros ferindo a soberania nacional. Esse é o balanço que o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) fez do governo de extrema direita Jair Bolsonaro durante pronunciamento na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (18).
Ao mesmo tempo em que toma medidas que prejudicam a maioria da população, beneficiando uma minoria rica, Paulo Teixeira destacou que o governo montou um “departamento de animação”, uma espécie de ‘circo’ para desviar a atenção dos assuntos importantes e manter os apoiadores do governo mobilizados.
Circo para desviar a atenção dos problemas
“Eles têm ali um departamento de animação, que vai dizer que a terra é plana, que o homem veste azul e a mulher veste rosa, vai declarar guerra com a Venezuela. É, digamos assim, o que dá circo, para manter animado 30% da população que está indo para a direita, 30% da população que tem medo de ficar pobre, que, digamos, se contamina com essas ideias malucas do ministro das Relações Exteriores, do ministro da Educação, da ministra dos Direitos Humanos, do ministro do Meio Ambiente. Eles animam a galera para fazer diversionismo”, disse o parlamentar.
Entrega do patrimônio público e perda da soberania nacional
Segundo o deputado Paulo Teixeira, enquanto o departamento de animação – ou o circo – do governo Bolsonaro atua, o país perde o patrimônio público e sua soberania. “Eles estão entregando a Petrobras, vendendo o pré-sal, vendendo as coligadas da Petrobras e transformando o Brasil num País subserviente aos Estados Unidos”.
De acordo com o parlamentar, a prova mais clara dessa subserviência é a indicação do filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a embaixada do Brasil nos EUA. “Evidentemente que os Estados Unidos, como país poderoso, submetem todos os países com menor poder. Nós vamos levar um fritador de hambúrgueres para submeter os interesses do Brasil aos dos americanos”, criticou.
Nada contra o desemprego
Segundo Paulo Teixeira, um dos principais problemas é que Bolsonaro não apresentou nenhuma proposta para combater o desemprego, que afeta mais de 13,4 milhões de brasileiros. Para ele, medidas paliativas para aquecer a economia não resolvem. “Vejam: hoje eles anunciam que vão liberar as contas do FGTS, uma medida de curto fôlego. O correto seria pegar os recursos do FGTS e investir em moradia popular, investir em saneamento básico, para criar empregos para os 13 milhões e 400 mil desempregados. Mas nenhum estímulo eles dão à economia”, observou.
Covardia de Bolsonaro e Paulo Guedes
Enquanto isso, o petista lembrou que o ministro ultraliberal Paulo Guedes (Economia) contribui para retirar recursos da economia. Como exemplo, ele citou a Reforma da Previdência. “Tira dinheiro da viúva, tira dinheiro da pessoa com deficiência, tira dinheiro do trabalhador comum, que vai demorar mais tempo para se aposentar, e a sua aposentadoria vai ser menor do que a que teria direito a receber. É uma covardia”, disse Paulo Teixeira.
O parlamentar lembrou que a “reforma” da Previdência vai economizar R$ 900 bilhões em dez anos, com enorme impacto negativo na economia. “O que faz o aposentado com a sua aposentadoria? O aposentado pega a sua aposentadoria e vai à farmácia, vai ao mercado, vai ao açougue, ele consome. Esse é um dinheiro que vai para a economia. E o que quer fazer Paulo Guedes? Quer “economizar”, entre aspas, nas costas dos mais pobres, para pagar juros àquelas 20 mil famílias mais ricas do País, que vivem de juros”, protestou.
Ataques à educação
Além da investida aos direitos previdenciários da população, Paulo Teixeira lamentou os ataques promovidos pelo governo Bolsonaro à educação pública. Ele disse que, enquanto os governos de Lula e Dilma garantiram a entrada dos pobres nas universidades federais, o atual governo tenta destruir esse direito.
“Olha o que eles estão fazendo com a educação neste momento. Este governo congelou e retirou os recursos das universidades. Eles não querem o pensamento crítico. Eles não querem autonomia científica, tecnológica no Brasil. Querem privatizar as universidades brasileiras”, alertou.
Héber Carvalho