Bolsonaro mentiu na ONU e escondeu o estado de abandono em que se encontra o Brasil

Deputada Maria do Rosário critica desgoverno de Bolsonaro. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou durante pronunciamento no plenário da Câmara, no tempo da Liderança da Bancada do PT, na noite de terça-feira (21), que o presidente Jair Bolsonaro envergonhou o Brasil ao mentir descaradamente em seu discurso na abertura da 76ª Assembleia-Geral da ONU. Segundo a parlamentar, Bolsonaro apresentou uma realidade paralela de um país que estaria no caminho certo. A verdade, segundo ela, é que ele promove no País o negacionismo, a corrupção, a miséria e a destruição do meio ambiente.

“Senhores e senhoras, que conjunto de mentiras foram apresentadas ao mundo? Foram apresentadas mentiras sobre o povo brasileiro, sobre as riquezas naturais do Brasil, mentiras sobre as estatais brasileiras, mentiras sobre tudo, prezados colegas. Houve a apresentação fantasiosa de que ele seria um salvador da pátria, quando ele é alguém que produziu uma realidade de quase 600 mil óbitos nesta Nação, e de salvador não há nada”, declarou ao plenário.

A parlamentar gaúcha ressaltou que nada soou mais falso do que a frase dita por Jair Bolsonaro sobre não haver corrupção em seu governo. Segundo ela, o governo neofascista de Bolsonaro justamente ficará marcado pelo negacionismo aliado à corrupção.
“A CPI da Covid diz que a corrupção no Brasil foi armada em torno da vacina; a corrupção significou um impedimento, ela levou a maior demora [na aquisição de vacinas]. Não se tratava só do negacionismo, da cloroquina, de ideias, mas se tratava, além de ideias retrógradas, contra a ciência, do ataque à ciência; além de ideias retrógradas, de ideias corruptas, porque, pela via do negacionismo, negociatas foram feitas no Ministério da Saúde”, relembrou.

A deputada Maria do Rosário denunciou ainda que a ideia do governo Bolsonaro é destruir o Estado para repassá-lo à iniciativa privada por meio das privatizações de estatais, como os Correios, a Eletrobras e até a Petrobras. Outro ataque nesse sentido, segundo a parlamentar, ocorre por meio da proposta de Reforma Administrativa enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso (PEC 32/2020), que retira o conceito da prestação do serviço público em áreas como educação, saúde e segurança pública.

Genocídio na pandemia

A parlamentar petista disse ainda que o discurso de Bolsonaro falseou a realidade dramática que vive o País, principalmente em relação ao genocídio praticado contra a população brasileira pela má condução das ações referentes à pandemia. “É dramático porque, ao lado da perda de vidas (quase 600 mil), já temos mais de 150 mil órfãos no País”, lamentou Maria do Rosário. A deputada relatou que, inclusive, já apresentou projeto de lei garantindo recursos para apoiar essas crianças e adolescentes.

Volta da fome e da miséria

Além do genocídio, a parlamentar lembrou que Bolsonaro esqueceu de relatar em seu discurso no plenário outra triste façanha obtida por ele: trazer de volta a fome e fazer explodir a miséria no Brasil. “O IBGE indica que cerca de 130 milhões de domicílios não têm o suficiente todos os dias para alimentar os integrantes da família”, revelou a petista.

A parlamentar ressaltou ainda que no Brasil governado por Bolsonaro se tornou comum encontrar mulheres, mães e avós, provedoras do lar, que “alimenta primeiro os seus filhos e, se sobrar alguma coisa, aí ela se nutre”. Maria do Rosário disse ainda que se tornou comum no País pessoas não terem como pagar a conta de luz ou comprar gás de cozinha, e que “tem que ir atrás de alguma lenha para cozinhar o pouco que tem para oferecer a seus filhos na hora de dormir”.

Inflação afeta os mais pobres

A deputada lembrou ainda que sob o comando de Bolsonaro, o País voltou a conviver com a inflação. Ela ressaltou que, sob o comando dos governos de Lula e Dilma, a inflação foi mantida sob o controle enquanto o poder de compra aumentava.

“As pessoas podiam ir ao mercado comprar iogurte, biscoito, feijão, arroz e carne. E agora? E agora, senhores e senhoras? Com o Lula, o pacote de arroz de 5 kg custava R$ 9. Com o Bolsonaro, custa R$ 20. Com o Lula, 1 kg de feijão custava R$ 3,30. Com o Bolsonaro, 1 kg de feijão chegou a R$ 9,50. No período Lula, o botijão de gás de 13 kg custava R$ 38,29. Com Bolsonaro, custa R$ 110. E eu já vi por R$ 115 o botijão de gás de 13 kg. Com o Lula, o litro da gasolina custava R$ 2,53. Com o Bolsonaro, o litro da gasolina custa R$ 7. O preço dos alimentos explodiu no País do agro!”, apontou.

De acordo com a parlamentar, o Brasil não pode valorizar apenas a exportação de commodities, como a soja, e deixar de lado a alimentação básica que chega à mesa dos brasileiros. “Nós queremos mesmo é comida no prato e vacina no braço”, disse Rosário sobre as necessidades do povo brasileiro.

Desemprego crescente

Por fim, a deputada destacou ainda que o discurso do Bolsonaro sobre o “País das Maravilhas” não tocou no desemprego crescente que assola o País. A petista também comparou a situação do mercado de trabalho atual com a época dos governos petistas.
“Se as pessoas não têm comida porque ficou mais cara, elas também não têm comida porque não tem emprego. Com o Lula, o desemprego chegou, no máximo, a 6,2%. Com a Dilma, o desemprego chegou a 4,5%, pleno emprego. As placas diziam: ”Aproximem-se! Há vagas.” Agora, com Bolsonaro, 14,01%, aproximando, ao longo deste mês, de 15%”, revelou.

Após descrever a realidade do Brasil sob o comando de Jair Bolsonaro, a deputada Maria do Rosário destacou que esse é o conjunto de ações do governo Bolsonaro contra o povo brasileiro. Ela encerrou o discurso conclamando os parlamentares a tomarem uma atitude para aliviar o sofrimento do povo brasileiro.
“Nós não podemos nos calar. Só o impeachment imediatamente colocado em pauta nesta Câmara nos salva como Parlamento de sermos cúmplices da morte e da fome de brasileiros e de brasileiras. Fora, Bolsonaro!”, finalizou.

Héber Carvalho

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