Jair Bolsonaro não compareceu ao depoimento que deveria prestar à Polícia Federal, em Brasília, nesta sexta-feira (28). O atual presidente deveria dar explicações a respeito do vazamento de informações sigilosas que constam em uma investigação policial sobre um suposto ataque de hackers ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 4 de agosto de 2021, Bolsonaro divulgou na internet, durante uma live, parte de um inquérito policial que investigava se sistemas e bancos de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) haviam sido atacados por hackers. O objetivo de Bolsonaro era colocar dúvidas sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro, pois ele estava em plena campanha pelo voto impresso.
Após a publicação, o então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, enviou ao Supremo uma notícia-crime sobre a divulgação das informações por Bolsonaro. No dia 12, Moraes abriu inquérito para investigar o presidente da República, o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) e o delegado da Polícia Federal Victor Neves Feitosa Campos. Para que o inquérito seja concluído, falta apenas o depoimento de Bolsonaro, segundo o jornal O Globo apurou. Por isso, nessa quinta-feira (27), Moraes determinou que Bolsonaro prestasse depoimento presencialmente.
Ainda de acordo com o jornal, para a delegada responsável pelo caso, Bolsonaro cometeu um crime. “Os elementos colhidos apontam também para a atuação direta, voluntária e consciente de FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RIBEIRO e de JAIR MESSIAS BOLSONARO na prática do crime previsto no artigo 325, §2°, c/c 327, §2°, do Código Penal brasileiro, considerando que, na condição de funcionários públicos, revelaram conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em segredo até o fim das diligências, ao qual tiveram acesso em razão do cargo de deputado federal relator de uma comissão no Congresso Nacional e de presidente da república, respectivamente, conforme hipótese criminal até aqui corroborada”, escreveu a delegada Denisse Dias Ribeiro em documento.
Para escapar do depoimento, Bolsonaro apresentou, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), um recurso para não cumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta sexta, Moraes negou o recurso de Bolsonaro, afirmando que a peça havia sido apresentada fora do prazo e manteve a determinação de que Bolsonaro vá se explicar na PF.
A manobra de Bolsonaro gerou críticas nas redes sociais e, rapidamente, os termos “Bozo arregão” e “Bolsonaro covarde” ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter. O líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Paulo Rocha (PA), foi um dos que se juntou às críticas:
PT Nacional, com informações de O Globo e do Jota