O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), condenou hoje (3) a política econômica do governo de extrema direita Jair Bolsonaro por arrochar o valor do salário mínimo e permitir o descontrole da inflação, ocasionando perda do poder aquisitivo e da qualidade de vida da classe trabalhadora. Segundo ele, o ex-capitão e sua equipe “estão totalmente perdidos, não têm mais condição de governar o País” e, por isso, “é lamentável que o povo brasileiro ainda tenha que aguentar por mais 11 meses” Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Ele denunciou que a carestia desenfreada prejudica toda a população, dos desempregados, trabalhadores informais, desalentados, subocupados até os com ocupação formal, que na ampla maioria ganham até dois salários mínimos. Os que têm emprego “viram o seu poder de compra ser corroído pela inflação e hoje têm que escolher se vão comprar comida, alimento para os seus filhos, ou pagar a conta de energia ou a conta de água!”, frisou o líder do PT.
Inflação descontrolada
Reginaldo Lopes sublinhou que Bolsonaro tem culpa direta na situação econômica e social caótica que o País atravessa. O ex-capitão, conforme assinalou o parlamentar, não “apresentou nenhuma solução para fazer o controle da inflação”. Na quarta-feira (2), o Banco Central aumentou de novo a taxa básica de juros no País.
“Este é o país, dentre os países em desenvolvimento, que mais aumentou a taxa de juros no planeta! E ainda se produziu a maior taxa de inflação: dois dígitos! Dois dígitos, 10,6%, para os ricos; porque, para os pobres, chega a quase 30%, sem fazer reajuste de ganho real para o salário mínimo!”, observou.
O parlamentar criticou também o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, qualificado por ele como “irresponsável”, pois prometeu que se a instituição ganhasse autonomia e independência o Brasil iria atrair investimentos e controlar a inflação, o que não ocorreu. A cada momento o presidente do BC arruma uma desculpa e, segundo o líder do PT, precisa ser convocado ao Congresso para explicar o descalabro da inflação e também a existência de uma conta que tem em paraíso fiscal.
Inflação e Petrobras
O líder do PT assinalou que o povo brasileiro precisa de renda, de crédito e de emprego, necessidades ignoradas pelo governo militar conduzido por Bolsonaro. Como exemplo de política equivocada, citou a intenção de Bolsonaro de isentar de PIS e Cofins os preços dos combustíveis, o que levaria o governo a abrir mão de uma receita de cerca de R$ 100 bilhões.
Reginaldo disse que a proposta estapafúrdia de Bolsonaro manteria os lucros exorbitantes da Petrobras para beneficiar os acionistas, em boa parte estrangeiros e que são isentos de pagamento de imposto. Para ele, em vez de abrir mão de uma receita de R$ 100 bilhões, o governo teria que destinar esse montante a investimentos em obras públicas, para gerar emprego e renda.
“Bolsonaro mente, não tem coragem de apresentar soluções que podem provocar redução nos preços dos combustíveis verdadeiramente, no botijão de gás e diminuição do impacto na inflação e na taxa de juros básica”, comentou o líder do PT. “Não tem coragem de enfrentar a política criminosa, que se chama PPI (preço de paridade internacional)”, acrescentou.
Com a política da atual direção da Petrobras, de privilegiar os acionistas em detrimento da população brasileira, há uma série de consequências danosas para a sociedade brasileira, segundo Reginaldo Lopes. “Há desequilíbrio inflacionário, aumento da taxa Selic e crescimento de R$ 200 bilhões da dívida interna no Brasil”, exemplificou.
Presidente mentiroso
Segundo ele, Bolsonaro mente todos os dias, inclusive sobre a questão dos combustíveis. “Primeiro disse que era o ICMS, e os governadores congelaram o ICMS independentemente de o Senado Federal ter votado a matéria. E o efeito foi zero: quando começou o congelamento do ICMS, custava R$ 6 o litro do combustível; agora custa R$ 8”, comentou Lopes. Depois Bolsonaro disse que era o PIS/COFINS e agora cogita abrir mão de uma receita de R$ 100 bilhões em ano eleitoral sem apontar como. “Um presidente da República não pode mentir tanto, propor tanta fake news”, denunciou o parlamentar.
Para ele, trata-se de um “desgoverno” que só aprofunda a crise econômica e social. Depois de criticar o governo Bolsonaro por deixar 27 milhões de pessoas sem nenhum benefício assistencial, com o fim do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial, Reginaldo Lopes observou que o atual governo “não atende a nenhum elemento para a superação da crise econômica: o elemento emprego, porque não tem plano de obras estruturantes, o elemento renda e o elemento crédito”.
Ele disse que Bolsonaro cometeu um crime ao não cumprir o acordo que o Líder do Governo fez na Câmara para garantir a renegociação das micro e pequenas empresas e das empresas individuais.
“Não é por falta de crime que o Bolsonaro não está afastado da Presidência da República. É porque infelizmente ele construiu aqui no Parlamento uma base que ainda mantêm a sua permanência no Palácio do Planalto”, disse Reginaldo Lopes.
Redação PT na Câmara