Alunos cujas famílias recebem dinheiro do Bolsa Família apresentam melhores índices de aprovação e abandono escolar que os estudantes regulares da rede pública brasileira. Esse é o principal resultado do cruzamento de informações entre o Educacenso e o Sistema Presença, ferramentas do Ministério da Educação (MEC) que verifica se os filhos dos beneficiados do principal programa social do governo federal estão indo à escola.
De acordo com dados do MEC, dos 500 mil alunos do ensino médio de 16 a 17 anos que recebem o Bolsa Família, 81,1% passam de ano, enquanto a taxa de aprovação média dos mais de 7 milhões de jovens do censo escolar de 2008 no antigo colegial é de 72,6%. O índice de abandono da escola nesse ciclo educacional chega a 7,2% entre os beneficiários de transferência de renda do governo e 14,3% entre o total geral de estudantes contabilizados pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão de estatísticas do MEC.
No ensino fundamental, que concentra mais de 30 milhões de crianças matriculadas da 1ª à 8ª séries, a taxa de evasão dos mais de 9 milhões de alunos beneficiários do Bolsa Família é de 3,6%. O restante dos estudantes dessa etapa apresenta índice de 4,8% de abandono da escola. Em termos de aprovação, os alunos do ensino fundamental que não recebem apoio social têm melhor desempenho, com taxa de 82,3%, ante média de 80,5% daquelas crianças cujos pais recebem recursos federais.
Os dados, na avaliação do deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR), presidente da Comissão de Educação da Câmara, são muito estimulantes e comprovam as expectativas dos setores pedagógicos sobre os efeitos das políticas sociais do governo. “Estes dados nos deixam animados, sobretudo nos efeitos dos programas sociais do governo para o ensino médio, onde historicamente houve uma alta taxa de evasão escolar. Isso mostra que as políticas sociais, associadas à freqüência escolar, resultam na solução de dois problemas: o combate à fome e melhoria dos índices escolares”, destacou Vanhoni.
Expansão – Para o deputado Iran Barbosa (PT-SE), a pesquisa é mais um indicador favorável às políticas sociais do governo, o que indica a necessidade de expansão do programa. “A pesquisa comprova tudo que a teoria pedagógica tem defendido historicamente. Para a educação ser um processo bem sucedido, é preciso que as condições socioeconômicas do aluno sejam favoráveis. Um aluno que não tem acompanhamento dos pais, de estômago vazio e sem vestuário adequado, tende a não apresentar bons resultados e até mesmo abandonar os estudos”, explicou.
Os dados, na avaliação do parlamentar, devem nortear o governo no sentido de expandir as políticas públicas sociais que asseguram a permanência escolar em sala de aula.
Edmilson Freitas com agências
