O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS), ao fazer hoje (21) o balanço de sua gestão como líder da Bancada do PT na Câmara ao longo de 2021, destacou o papel do partido na resistência contra os desmandos e retrocessos patrocinados pelo governo de extrema-direita de Bolsonaro. “Diante de um governo genocida, fomos uma trincheira de resistência e de defesa dos interesses do povo brasileiro”, disse. O sucessor de Bohn Gass, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), foi eleito para ser o líder no ano legislativo de 2022 na segunda-feira (20), por aclamação, pela bancada petista.
Bohn Gass sublinhou que o PT resistiu e articulou reação a retrocessos graves. E cita como exemplo o “não” à Reforma Administrativa (PEC 32) que, segundo ele, “seria a destruição do serviço público porque, ao mesmo tempo em que tirava estabilidade do servidor de carreira, abria a possibilidade de terceirização na educação, na segurança e em todas as áreas de saúde pública”.
Dizendo-se honrado em liderar a bancada do PT, o deputado gaúcho avaliou como muito positiva a postura do partido: “Nós afirmamos que o Brasil pertence aos brasileiros, que temos de ter soberania, dignidade, consumo, renda e emprego para o povo”.
Em defesa da soberania nacional
Bohn Gass advertiu que a democracia brasileira continua sob ameaça e mencionou as tentativas da base bolsonarista de aprovar a volta do voto impresso e implantar o distritão, que “graças à nossa resistência, foram anomalias derrotadas”. Mas o parlamentar assinalou que ainda vê riscos à democracia nas conversas que sugerem a adoção do semipresidencialismo, “que não passa de mais uma tentativa de golpe para impedir que o povo eleja um presidente comprometido com a soberania nacional e os interesses da massa trabalhadora”.
Lula, a esperança
Segundo Bohn Gass, há “um sentimento de profunda tristeza, mas também de esperança”, com a possível vitória de Lula em 2022. “Ele não negociou sua dignidade e provou sua inocência. Hoje nós podemos dizer que há, sim, luz no fim do túnel. Lula está livre, Lula é inocente e Lula é elegível”.
O já ex-líder do PT manifestou tristeza com a miséria espraiada pelo Brasil. “Eu estou triste porque, no Brasil, quando uma criança, ao final do ano, mandava uma cartinha para o Papai Noel, ela pedia uma bicicleta, ela pedia um tênis novo, ela pedia um celular. Sabem o que uma criança agora, no governo do Bolsonaro, pede numa cartinha para o Papai Noel? Ela pede um pedaço de carne para ter no Natal”.
Bohn Gass frisou que, com Lula e Dilma, o Brasil saiu do Mapa da Fome, mas agora voltou ao que era, com 20 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente, além de mais de 100 milhões em situação de insegurança alimentar. “As pessoas, para terem um gostinho de carne, têm que ir ao açougue para comprar um osso”. Além disso, lembrou, há mais de 14 milhões de desempregados no País e o governo direitista Bolsonaro ainda empurrou uma reforma trabalhista para precarizar os direitos de quem consegue uma ocupação.
Precarização das relações trabalhistas
“Muitas das pessoas que têm um trabalho são contratadas pelo regime intermitente e precarizado, o salário mínimo foi congelado, numa dinâmica que não assegura a recuperação do poder aquisitivo. Essa economia sem povo de BolsoGuedes está arruinando o País. É uma tristeza! Nunca tivemos no Brasil um momento em que a gasolina, o diesel, o gás de cozinha, a energia e a comida estivessem tão caros! E as pessoas não estão tendo mais condições de poder aquisitivo para adquiri-los”, completou Bohn Gass.
Ele mencionou, ainda, como exemplos de retrocessos contra os interesses nacionais e populares, a privatização da Eletrobras, dos Correios, o desmantelamento da Petrobras, num processo movido por uma lógica em que “poucos ricos enriquecem em cima de uma conta que o povo brasileiro está pagando”.
Lamentou, também, que milhares de jovens estejam indo para o exterior em busca de oportunidades, já que o modelo neoliberal inaugurado pelo golpe de 2016 e aprofundado por Bolsonaro elimina qualquer chance de futuro para a juventudes brasileira.
Tragédia sanitária
Na crítica ao atual governo, além de responsabilizar Bolsonaro pela volta da fome, da miséria e a destruição ambiental e de direitos sociais e trabalhistas, Bohn Gass apontou a tragédia sanitária que levou à morte de mais 615 mil pessoas por Covid-19, em decorrência do negacionismo e da incompetência do governo de extrema direita que, no Ministério da Saúde, manteve verdadeira quadrilha para assaltar os cofres públicos com propina e com superfaturamento. “Mas a Bancada do PT na Câmara cumpriu seu papel: fiscalizou, denunciou, propôs alternativas e resistiu a esse desastre genocida representado por Bolsonaro”, disse.
Da Redação do PT na Câmara