Em discurso feito na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (20), o deputado Bohn Gass (PT-RS) condenou e denunciou o governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori (PMDB), pela violência praticada por agentes de segurança do Estado contra representantes dos movimentos sociais. Para o deputado, Sartori se intimida diante do crime organizado que assola o estado e age com rigor contra famílias de sem teto que ocupavam prédio público. “Toda a coragem que falta para Sartori enfrentar a criminalidade, sobra quando se trata de usar a polícia para agredir os movimentos sociais”.
“Na última quarta-feira, um efetivo gigantesco foi mobilizado. Para combater criminosos perigosos? Não, para desalojar umas poucas famílias de sem-teto que ocupavam um prédio do Estado, em Porto Alegre. Foi uma ação desastrosa”, lamentou Bohn Gass.
Contou o petista que famílias foram arrancadas do local numa noite fria do inverno gaúcho. Entre elas, citou, estavam bebês, crianças, mulheres e idosos. Segundo o deputado, todos foram transportados como se fossem lixo e jogados num pavilhão gelado, sem banheiros e sem a menor dignidade.
Relatou Bohn Gass que nesse mesmo dia o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Jeferson Fernandes (PT) tentou evitar a tragédia, intermediando a ação, mas acabou sendo mais uma vítima da ação truculenta do governo do PMDB. “O governo não quis saber, mandou prender o deputado, que foi agredido, arrastado, torturado, algemado e jogado num camburão”, denunciou.
De acordo com o parlamentar gaúcho, o governo Sartori tentou justificar a ação desastrosa emitindo notas que segundo ele, levam às seguintes conclusões: “primeiro, que a ação foi desprovida de qualquer senso de humanidade, e, segundo, que houve uma afronta ao Poder Legislativo, já que o deputado estava no exercício do seu mandato, não tendo cometido qualquer ato que pudesse justificar sua prisão, muito menos, as torturas a que foi submetido”, alegou.
Benildes Rodrigues