O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), exigiu hoje (6) a votação imediata da medida provisória (MP 1039/2021) que estipula as regras para o pagamento do novo auxílio emergencial proposto pelo governo Bolsonaro. Ele informou que a Bancada do PT já tem projeto global – e emendas de vários deputados ao texto – visando garantir o pagamento mínimo de R$ 600,00 de auxílio até o fim da pandemia ou a imunização total da população, um valor três vezes acima da média do que o governo ofereceu. Cobrou também o impeachment já de Bolsonaro e o fim das privatizações.
Bohn Gass criticou a prorrogação do “pífio auxílio emergencial ” por mais três meses anunciado pelo governo, em valores que vão de R$ 150,00 a R$ 375,00, numa média de R$ 200,00 mensais. “Isso mostra, por um lado, o desconhecimento do presidente da República sobre a vida e a realidade econômica e social do povo brasileiro, e, por outro lado, o ato de crueldade e de violência contra a população brasileira que precisa do benefício”.
Ele lembrou que o auxílio emergencial de R$ 600,00 aprovado ano passado pelo Congresso Nacional ajudou o comércio e as pessoas, com a manutenção dos empregos e das atividades das empresas. “As pessoas agora estão passando fome”, alertou.
Bohn Gass desafiou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a não ser “covarde” e colocar a MP em votação.
Fome de volta ao Brasil
O parlamentar lembrou que no País há, hoje, 125 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, ou seja, sem nutrição adequada. Esse quadro assustador é agravado por 15 milhões de desempregados, o dobro de subempregados e o abandono, por parte do governo, das micro, pequenas e médias empresas, que estão há sete meses sem nenhum apoio do governo federal, embora empreguem 52% da população brasileira”, sublinhou Bohn Gass.
O líder do PT frisou que o auxilio emergencial é vital para fazer rodar a economia, gerando empregos e renda, mas o governo de direita Bolsonaro implementa uma política econômica que se baseia apenas em cortes de gastos e investimentos públicos, privatizações antinacionais e antipopulares e ataques aos direitos da população, deixando também os preços subirem de forma vertiginosa.
O dragão da inflação reapareceu
“Nós temos uma situação em que o brasileiro usa, em média, mais de 60% do seu salário mínimo para comprar a cesta básica”, enquanto nos governos Lula e Dilma era de pouco mais de 40%, recordou o líder do PT. O parlamentar lembrou que se não fosse a política de valorização do salário mínimo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o salário mínimo seria hoje de pouco mais de R$ 600,00.
Com o golpe de Michel Temer em 2016, iniciou-se processo de congelamento do salário mínimo, política contraq a classe trabalhadora que teve prosseguimento com Bolsonaro. “O salário mínimo congelado faz com que as pessoas não comprem. Se as pessoas não compram, o comércio não vende, a indústria não produz, surge o desemprego e o poder aquisitivo das pessoas cai para baixo”, comentou Bohn Gass.
Povo sem churrasquinho
O quadro agrava-se com a disparada dos preços provocada pela política econômica atual, com inflação, salário congelado, desemprego, subnutrição, fome e insegurança alimentar. “Nessa situação, além de o povo ficar sem poder aquisitivo, houve uma elevação de preços propositalmente constituída no Brasil”, disse Bohn Gass. Ele observou que a inflação chegou a 8% nos últimos 12 meses; o preço do óleo de soja aumentou 82,3%; do arroz, 56,7%; do feijão, 50,7%; e das carnes, de 35% a 40%, em média.
“As pessoas voltaram a ter saudade de se reunirem para comer o seu churrasquinho. O povo está passando fome. E o presidente da República chega e prorroga o auxílio emergencial de R$ 150,00. Isso é um absurdo. Isso é uma crueldade com o povo brasileiro”, comentou o líder petista..
Bohn Gass assinalou que o governo militar presidido por Bolsonaro, em vez de socorrer as pessoas com um auxílio emergencial mais digno, prefere agilizar sua agenda de privatizações, detonando o patrimônio público.
Privataria, um golpe contra o Brasil
Ele citou como ameaça à soberania nacional a privatização da Eletrobras, num momento em que o País passa por crise hídrica, com ameaça de apagão e inevitável aumento das contas de luz. Citou também o fatiamento da Petrobras, empresa hoje à mercê do mercado e de acionistas estrangeiros, com política de preços que elevou o botijão de gás para mais de R$ 100,00 e a gasolina, em alguns lugares do Brasil, a R$ 7,00 o litro.
Ele condenou também a intenção do governo de privatizar os Correios, iniciativa qualificada por Bohn Gass como um “desastre”, já que, a exemplo do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, vai provocar majoração do frete das encomendas, como a ECT faz hoje em todos o País, dada a sua capilaridade.
“Nós não podemos votar aqui a privatização dos Correios. O que nós precisamos é votar a renda emergencial para colocar os R$ 600,00 para a população, afastar 100% as votações das privatizações em qualquer área”.
Corrupção de Bolsonaro
Bohn Gass recordou as recentes denúncias de corrupção envolvendo o governo Bolsonaro na compra de vacinas contra a Covid-19 e defendeu a abertura imediata de processo de impeachment na Câmara. “ Crime é o que não falta em todas as áreas em relação ao presidente da República. O processo de pedido de impeachment precisa ser aberto”, afirmou.
“Esse é o debate real que a Câmara tem que fazer, para que possamos defender o nosso Brasil, o emprego, fazer com que a comida não seja tão cara, fazer com que haja vacina para a população, fazer com que haja apoio para às nossas micro e pequenas empresas e ter o respeito à democracia”, completou Bohn Gass.
Redação PT na Câmara