Bohn Gass condena privatização da Eletrobras e defende reestatização da empresa em futuro governo de oposição

Deputado Bohn Gass - Foto - Michel Jesus- Câmara dos Deputados

O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), criticou duramente a aprovação da privatização da Eletrobras, apreciada pela Casa hoje (21) em segunda votação, e defendeu a revogação da medida num futuro governo de oposição que substituirá o atual dirigido por Jair Bolsonaro.

“Nenhum país do mundo se desfaz de estruturas como a Eletrobras, entrega de mão beijada a outros países e joga todo o aumento da conta de luz para os consumidores”, disse.

A Eletrobras tem preço estimado em R$ 370 bilhões e o governo dispõe de 70% das ações da empresa, das quais pretende abrir mão por menos de R$ 25 bilhões, menos que os R$30 bilhões de lucro que empresa teve nos últimos dois anos.

A empresa ainda tem outros R$ 15 bilhões em reservas, e foi construída com o sangue e suor dos brasileiros, graças a investimentos realizados pelo Estado. Tudo já foi amortizado, via tarifa.

Ataques ao bolso dos consumidores

Bohn Gass denunciou que a conta de luz dos brasileiros vai aumentar astronomicamente, diante de uma privatização que concede todas as vantagens a quem vai adquirir por preço risível a maior empresa produtora de energia da América Latina. “Com crise energética à vista, entrega-se a Eletrobras por preço irrisório e a conta de luz para a população brasileira”, disse o parlamentar.

Os custos aos consumidores, considerando as propostas da Câmara e Senado, deverão atingir R$ 56 bilhões, com quase metade desse valor associado à construção de térmicas a gás natural, muitas delas em locais sem produção do insumo, segundo avaliação da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).

A Abrace estimou ainda outros R$ 10 bilhões de reais adicionais por conta de políticas regionais incluídas na MP, além de R$ 18 bilhões de reais em impostos, totalizando R$ 84 bilhões em custos aos consumidores.

Referendo popular

O líder do PT questionou também o processo de votação da privatização e defendeu que em questões estratégicas, como a privatização de uma empresa como a Eletrobras, a população brasileira devia ser ouvida, por meio de referendo popular. Segundo ele, a decisão da Câmara de entregar a Eletrobras, num movimento impulsionado pela base bolsonaristas e pelo governo militar, foi totalmente contrária aos interesses nacionais.

O líder do PT também condenou a postura do presidente neofascista Jair Bolsonaro diante do mais de meio milhão de mortos por Covid-19 no País. “Pais que perderam filhos, filhos que perderam os pais, e nenhuma palavra de solidariedade do presidente da República”, criticou Bohn Gass.

O parlamentar assinalou que Bolsonaro continua a agredir a imprensa e os governadores e prefeitos que lutaram pela vacina contra o novo coronavírus, sem fazer nada para tirar o Brasil da tragédia sanitária. “O presidente só sabe mentir e produzir fake news”, disse.

Bohn Gass mostrou no plenário da Câmara um cartaz em solidariedade às famílias dos mais de 500 mil mortos por Covid.

Assassinato em massa

Ele lembrou que estudo da USP encaminhado à CPI da Covid, no Senado Federal, comprovou que as mortes por Covid no Brasil fazem parte de uma estratégia de Bolsonaro de “assassinato em massa” da população. O estudo mostrou o conjunto de ações do governo contrarias a medidas defendidas pela ciência.

Bolsonaro boicotou a compra de vacinas e as políticas sanitárias que preveem uso de máscaras de proteção facial e não aglomeração e ainda atuou como charlatão, defendendo medicamentos “preventivos” contra a doença sem nenhuma eficácia científica comprovada, como a cloroquina.

Segundo ele, além de continuar matando pessoas por Covid-19, já que permanece defendendo medicamentos como cloroquina e o não uso de máscaras, Bolsonaro ainda promove a mortes de brasileiros por conta da política econômica que empreende junto com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “As pessoas morrem também por desemprego e por fome”, denunciou Bohn Gass.

Ele defendeu que o único meio de o Brasil se livrar o mais rápido possível do governo Bolsonaro é pelo impeachment, como milhares de pessoas defenderam dia 19, em manifestações em mais de 400 cidades brasileiras e também no exterior. “Crime é o que não falta para afastar Bolsonaro”, afirmou Bohn Gass.

Na Câmara, há 121 pedidos de impeachment, mas a oposição, juristas e entidades da sociedade civil articulam um superpedido, reunindo mais de vinte petições que pedem o afastamento do genocida Bolsonaro.

Redação PT na Câmara, com agências

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