O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton afirmou nesta quarta-feira (12), em Brasília, que o mundo precisa de um Brasil bem-sucedido e que os Estados Unidos necessitam “desesperadamente” que seu principal parceiro comercial no hemisfério sul dê certo. “Todo americano tem interesse em ver o sucesso do Brasil”, garantiu Clinton, em discurso a empresários brasileiros, no encerramento do 10º Encontro Nacional da Indústria promovido pela CNI.
Em tom mais otimista ao que o empresariado brasileiro está acostumado a ouvir em relação ao País, especialmente dos líderes da oposição e de setores da mídia, Bill Clinton disse que preferiria estar na situação do Brasil do que na de muitos países do mundo. Na avaliação do ex-presidente norte-americano, apesar da gravidade da crise, o cenário doméstico – resultado de duas décadas de avanços sociais e econômicos – é mais favorável do que o de países que, por exemplo, enfrentam elevadas taxas de desemprego na população jovem, como a Grécia, ou atravessam uma guerra civil e a ameaça de um estado terrorista, como a Síria.
“Tenho otimismo com o Brasil. Todos atravessamos um momento difícil, mas a capacidade de o país fazer as coisas acontecerem é impressionante. Nunca se esqueçam das vantagens dadas por Deus a esse país. No Brasil, eu acredito”, afirmou Clinton. “É natural que fatos negativos dominem as manchetes, mas o futuro é moldado pelas perspectivas de longo prazo”, considerou.
Integração Global – Na avaliação de Clinton, a economia mundial impõe aos países o desafio de buscar padrões mais equilibrados de crescimento, incluindo uma parcela maior da população nos serviços de educação e saúde. Isso, disse, deve ser perseguido em esforço integrado. “Estamos vivendo em uma época de enorme interdependência entre os países, que não podem apenas se divorciarem um dos outros”, argumentou.
Nesse aspecto, ele defendeu maior integração à economia global. O Brasil, segundo ele, tem enorme potencial para exercer maior protagonismo na integração dos países devido a seus recursos naturais e humanos e à trajetória de superação de crises. Ressaltou, contudo, a necessidade de ajustes na política econômica em vigor desde a crise financeira de 2009 e na grande dependência das exportações de commodities que, na visão dele, criaram distorções na economia doméstica.
Otimismo – Clinton pediu aos empresários brasileiros que olhem as conquistas sociais e econômicas dos últimos 25 anos. Citou como exemplos os avanços na pesquisa para o tratamento do vírus HIV, do compromisso do País com meta de redução na emissão de gases de efeito estufa e em manter 90% da matriz energética limpa. “Há uma boa probabilidade que, em cinco anos, vocês olhem para traz e pensem: ‘porque me preocupei tanto?”, disse Clinton. “O navio do Brasil não está afundando”, afirmou.
O ex-presidente norte-americano reforçou ainda que, na tendência que se esboça para o futuro, “o mundo precisará do êxito do Brasil”. E lembrou a capacidade que o País tem de estabelecer relações de cooperação criativas, se destacando no cenário mundial. “O mundo precisa de um Brasil de sucesso como parceiro econômico e como uma democracia consolidada. Não podemos controlar todas as circunstâncias, mas nós escolhemos como respondemos a elas!” orientou.
Caos – Para o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o testemunho do ex-presidente dos Estados Unidos atesta que o Brasil não vive o “caos, não é a terra arrasada” que a oposição e setores da mídia pregam. “As afirmações positivas e otimistas sobre o Brasil, de um homem com a visão de políticas econômicas mundiais como Bill Clinton, nos encoraja a manter o esforço fiscal que começou a ser aprovado na Câmara, com medidas decisivas para a retomada definitiva do crescimento da economia brasileira”.
O Brasil, continuou José Guimarães, é uma potência econômica e está resistindo bem aos efeitos da crise financeira internacional. “A oposição golpista, com apoio de setores da mídia, não vai conseguir quebrar o Brasil com as suas atitudes irresponsáveis”, afirmou Guimarães. Ele se referiu aos projetos pautados e aprovados pela oposição e que criam mais despesas para a União, além das manobras e artifícios utilizados para impedir a aprovação de projetos importantes para o País.
Vânia Rodrigues, com informações da Agência CNI de Notícias