O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) ocupou a Tribuna na quinta-feira (5) para homenagear o ex-governador Marcelo Dédá (PT-SE), falecido no início da semana, e o ex-deputado José Genoino (PT-SP), que renunciou ao mandato nesta semana. “Dois militantes da democracia brasileira e que deixam a política neste momento”, disse.
“Um, deles, Marcelo Déda, infelizmente, definitivamente. Faleceu vítima de câncer e é uma perda inestimável para o Brasil; e José Genoino, que está ainda entre nós, lutando por sua saúde, pela sua liberdade, pela sua honra, e que certamente merece também aqui os nossos mais profundos reconhecimentos por tudo que fez pelo Brasil, pela esquerda internacional, pela democracia brasileira, por este Parlamento e pelo Partido dos Trabalhadores´”, ressaltou Berzoini.
Para Ricardo Berzoini, Marcelo Déda foi um parlamentar “da estirpe” de José Genoino, que esta semana renunciou ao seu mandato. “Genoino renunciou, a partir de uma perspectiva lamentável, mesmo estando em licença saúde. Ele estava na iminência de ter seu processo de cassação aberto. Ponderamos várias vezes que seria importante que esse processo fosse aberto quando terminasse a sua licença, para que ele pudesse, inclusive eventualmente, fazer uma defesa mais objetiva e mais consistente, em vez de simplesmente entregar uma carta de renúncia”.
No entanto, diante dessa iminência, acrescentou Ricardo Berzoini, “ele tomou um gesto corajoso, coerente com a sua história, uma história como a de Marcelo Déda, que honra a democracia brasileira. Genoino, que lutou contra a ditadura, que enfrentou com risco de vida a ditadura militar, depois foi decisivo na construção da democracia”.
Ainda de acordo com Berzoini, José Genoino foi um dos articuladores de vários direitos sociais que hoje estão na Constituição Federal. “Juntamente com lideranças de outros partidos e sob a Presidência de Ulysses Guimarães, num processo que restabeleceu o Estado Democrático de Direito no Brasil. “E olhem que ironia: Genoino colaborou decisivamente para a restituição do Estado Democrático de Direito e não teve observados os princípios básicos que qualquer cidadão brasileiro deve ter em relação, por exemplo, a somente ter sua sentença executada quando já se esgotarem todos os recursos. Portanto, já transitou realmente em julgado o processo, no caso, da Ação Penal 470 ”, lamentou o deputado Ricardo Berzoini.
Gizele Benitz