O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) cumprimentou a direção do Banco Central “pelo trabalho extraordinário” no processo de recapitalização do banco PanAmericano. “A ação do BC foi precisa, cirúrgica.
A decisão tomada em conjunto com o Fundo Garantidor de Crédito de fazer o equacionamento da situação através de um empréstimo de um fundo que pertence aos bancos de maneira geral foi a mais correta. Não envolve dinheiro público, evita a intervenção no banco e o espraiamento dessa crise localizada por todo o sistema financeiro”, afirmou.
Ricardo Berzoini defendeu também que é preciso apurar com rigor a responsabilidade de quem contabilizou de maneira fraudulenta ativos que já não pertenciam ao banco PanAmericano, pertencente ao empresário Sílvio Santos. “Os ativos eram carteiras de operações de créditos, vendidos a outras instituições, e alguém no banco, com muito poder, decidiu mantê-los na contabilidade, mascarando uma situação de deterioração patrimonial”, explicou o deputado.
Em dezembro de 2009, a Caixa Econômica Federal pagou R$ 739,2 milhões para comprar 49% do capital do PanAmericano. Antes da compra , o banco foi examinado pelas auditorias KMPG e Deloitte, mas as fraudes nas contas não foram detectadas. De acordo com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o BC detectou, no mês passado, o erros no balanço do PanAmericano e usou as normas legais para exigir a correção do erro.
Atendendo determinação do Banco Central, o PanAmericano contraiu empréstimo de R$ 2,5 bilhões junto Fundo Garantidor de Crédito, para resolver o problema.
O rombo nas contas do PanAmericano, afirmou Berzoini, foi estimado em R$ 900 milhões. “Não eram R$ 2,5 bilhões. Esses R$ 2,5 bilhões eram relativos à operação para assegurar a liquidez e a solvência patrimonial do banco nesse período”, reforçou.
Responsabilização – O deputado enfatizou que caberá ao Banco Central municiar o Ministério Público e a Justiça com todas as informações necessárias e pertinentes para que haja a responsabilização do fraudador. “Creio que a ação do Banco Central demonstrou o alto grau de responsabilidade com a economia nacional e, mais do que isso, aponta um caminho seguro no que diz respeito a problemas relativos ao sistema financeiro nacional”, elogiou.
Berzoini disse que o FGC existe exatamente “para que se possa, de um lado, proteger os clientes até um limite de depósito por conta ou de investimento, e, de outro, assegurar liquidez e solvência ao sistema financeiro”.
Portanto, acrescentou o deputado, “o presidente Henrique Meirelles e a diretoria do Banco Central estão de parabéns, por terem atuado de forma correta atendendo a uma necessidade do País: a de evitar uma crise maior em nosso sistema financeiro”, conclui.
Vânia Rodrigues
