O senador Bernie Sanders, que foi pré-candidato à presidência dos Estados Unidos em 2016, e mais 28 congressistas estadunidenses, irão enviar nesta quinta-feira (26) ao governo brasileiro, uma carta em que denunciam a “intensificação do ataque à democracia e aos direitos humanos no Brasil” e pede providências.
O documento destaca a prisão do ex-presidente Lula, em função do que afirma serem “acusações não comprovadas” em um julgamento “altamente questionável e politizado”, e também a morte da vereadora e ativista Marielle Franco, no Rio de Janeiro.
O grupo considera que os dois fatos demonstram uma vigente “ameaça à democracia no Brasil”, segundo afirmou à Folha o deputado Mark Pocan, democrata de Wisconsin e líder da iniciativa.
Lula é chamado no documento de “o principal candidato presidencial” para as eleições de outubro. Os deputados pedem que ele responda ao processo em liberdade, e afirmam que “a luta contra a corrupção não deve ser usada para justificar a perseguição de opositores políticos ou negar-lhes o direito de participar livremente das eleições”.
“Acredito que é importante, como membro do Congresso, me manter engajado em temas da democracia e dos direitos humanos nas Américas”, afirmou Pocan. Ele disse ter acompanhado o desenvolvimento da democracia brasileira nos últimos anos e afirmou estar muito preocupado com os últimos desdobramentos.
A carta pede também uma investigação internacional independente sobre o assassinato de Marielle. “Evidências críveis sugerem que membros das forças de segurança do Estado podem estar implicados no crime”, afirmam os congressistas.
O documento ainda chama o governo do presidente Michel Temer (MDB) de “extrema direita”, e critica o corte de gastos da gestão e a mudança das leis trabalhistas.
A bancada progressista do Congresso estadunidense, que já havia criticado o julgamento de Lula em janeiro deste ano, deve endereçar a carta ao embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral.
Por Fórum, com informações da Folha