A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (4) para criticar o “exagero” da polícia da cidade do Rio de Janeiro. “É uma força armada contra uma força desarmada”, lamentou a parlamentar. Ela destacou o protesto que aconteceu no domingo, na orla de Copacabana, organizado pela Federação Municipal de Favelas e que reuniu presidentes das associações de moradores de 680 comunidades do Rio. “Contra a violência que impera no estado, as comunidades, as favelas, desceram o morro para pedir justiça” reforçou.
Benedita da Silva disse que o protesto contra a violência nas comunidades, que vinha sendo organizado há dois meses, foi potencializado com a tragédia da última sexta-feira (30), na comunidade da Mangueira, quando as senhoras Marlene Maria da Conceição e Ana Cristina Conceição, mãe e filha, foram mortas por balas perdidas.
“ Esta constante violência, onde já se naturalizou a bala perdida, é o dia a dia dos moradores das comunidades pobres de nosso estado, que são considerados, por muitos, como cidadãos de segunda classe, invisíveis para a sociedade”, lamentou.
A deputada lamentou, ainda, que a grande esperança trazida pelas UPPs não deu em nada. “Infelizmente o tal projeto de pacificação ficou apenas na presença da polícia e os investimentos sociais prometidos nunca chegaram nas comunidades. O protesto do último domingo foi, sem dúvida nenhuma, um alerta para a nossa cidade. Precisamos ter outro tipo de convivência. Aqui fica o meu registro”, encerrou.
Vânia Rodrigues