Foto: Gustavo Bezerra
A história da primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Mercedes Baptista, que faleceu no dia 18 do mês passado, foi lembrada em plenário nesta quarta-feira (3), pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ). “Mercedes foi uma mulher magnífica, extraordinária. Uma ex-empregada doméstica que tinha o sonho de ser uma artista para engrandecer e dar a nós, o povo negro brasileiro, uma referência nas artes da dança. E ela foi, sem dúvida, uma revolucionária ousada. Com criatividade inovou na história do carnaval carioca, incluindo uma ala de minueto no desfile da escola da samba Unidos do Salgueiro”.
Benedita da Silva destacou que a história da bailarina Mercedes é, sobretudo, uma história de luta. “Ela foi discriminada, o preconceito foi forte, mas ela não desanimou. Era uma ativista do movimento negro. Ela nunca contou com o fato de ter um nome e de ser considerada por nós, mas ela era chamada militante comum”. A deputada disse ainda que, depois de tanto ser questionada, a sua experiência aos poucos foi sendo incorporada a diversas artes praticadas no Rio de Janeiro.
“Morreu Mercedes Baptista. Sua história de mulher negra, ex-empregada doméstica, bailarina e coreógrafa faz com que seja considerada a maior precursora do balé e da dança afro no Brasil. Mercedes se eterniza como a maior referência de luta diante de uma sociedade em que o êxito profissional não depende unicamente da meritocracia e, sim, da cor da pele”, concluiu.
Vânia Rodrigues