A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ocupou a tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (21), para denunciar a perseguição política em curso contra Fernando Haddad, similar à que enfrenta o ex-presidente Lula, vítima da estratégia do lawfare.
“Vejo que a encenação jurídica que atingiu o ex-presidente Lula agora ameaça atingir também o ex-candidato a presidente, Haddad. Lula foi condenado e preso porque os golpistas não queriam que fosse candidato a presidente. Haddad está sendo processado, também sem provas e baseado apenas na palavra de um delator, porque obteve 47 milhões de votos e se tornou um líder nacional da oposição”, afirmou a parlamentar.
“Parece que a justiça paulista, notoriamente contrária ao Partido dos Trabalhadores, está se antecipando à promessa do presidente eleito de “perseguir, prender ou exilar a oposição”. Quando o país voltar a ter de fato o estado democrático de direito, e não este atual, de fachada, veremos que foi para dar o golpe na presidenta eleita Dilma Rousseff e para impedir que Lula fosse candidato que parte da justiça se partidarizou para assim tornar seletivas as denúncias, as delações, as condenações e as prisões”, acrescentou Benedita.
A deputada lembrou que o principal instrumento para atingir o PT são delações sem qualquer comprovação. “Para ser eficaz a delação deveria ser seguida de provas materiais. Mas não é assim que acontece, pois o objetivo pré-determinado é o de condenar as lideranças petistas”, enfatizou Benedita, que também denunciou o método usado para se extrair as delações sob medida contra petistas.
“Como ocorre nas condenações judiciais feitas em regimes autoritários, não é preciso investigar, basta pressionar o réu delator. Essa denúncia contra Haddad segue o mesmo padrão”, ressaltou.
A assessoria de Haddad divulgou nota sobre o processo em que o petista tornou-se réu, nesta segunda-feira (19). “Com o mesmo depoimento, sobre os mesmos fatos, de um delator cuja narrativa já foi afastada pelo STF, o Ministério Público fez uma denúncia de caixa 2, uma denúncia de corrupção e uma de improbidade. Todas sem provas, fincadas apenas na desgastada palavra de Ricardo Pessoa, que teve seus interesses contrariados pelo então prefeito Fernando Haddad. Trata-se de abuso que será levado aos tribunais”, diz o comunicado.
Rogério Tomaz Jr