A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) lamentou hoje (10), na tribuna, o aumento do número de homicídios de mulheres no Brasil. “Quero aqui fazer um registro muito particular, que é a morte violenta de mulheres negras. Os dados me deixam perplexa. Enquanto o número de mortes de mulheres brancas registrou queda em 10 anos, o número de mulheres negras assassinadas teve uma alta enorme: passou de 1.864 casos em 2003 para 2.875 em 2013, um crescimento de 54,2%.
Os dados apresentados pela deputada petista foram divulgados nesta segunda-feira (9) e fazem parte do documento “O Mapa da violência de 2015”, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com apoio da ONU Mulheres e da Secretaria de Política para as Mulheres, do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
“É estarrecedor, porque a maioria desses crimes (53,3%) foram praticados no ambiente doméstico, ou seja, por familiares; e em 33,2% dos casos, os autores dos crimes eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas”, ressaltou Benedita.
Benedita da Silva fez questão de destacar que não quer que nenhuma mulher seja assassinada, que nenhuma mulher morra, “mas é importante ressaltar que alguns estados chegam a limites absurdos de vitimização de mulheres negras, como Amapá, Paraíba, Pernambuco e Distrito Federal, em que os índices passam de 300%, como revela essa pesquisa”.
Na avaliação da deputada, esse estudo revela a combinação “cruel do racismo e sexismo” no Brasil, marcada pela realidade do cotidiano dessas mulheres. “São vítimas da ausência de políticas públicas destinadas às mulheres negras, políticas públicas específicas para grupos distintos da população em várias esferas de poder, seja federal, estadual e municipal”, frisou. “Por isso, eu quero chamar a atenção de todos e fazer um convite para o dia 18 de novembro, quando as mulheres negras estarão em Brasília para a primeira Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem-Viver”.
A deputada explicou que a marcha é uma iniciativa para articular as mulheres negras do Brasil. “Marcharemos em defesa da cidadania plena das mulheres negras brasileiras, da democracia e em defesa do Estado de Direito”, concluiu.
Vânia Rodrigues
Ouça a Deputada Benedita da Silva na Rádio PT
” bg=”dd1a22″ leftbg=”dd1a22″ lefticon=”294781″ track=”ff1b2c” tracker=”ffff00″ text=”000000″ righticon=”294781″ width=”300″ rightbg=”408080″ volslider=”ffffff” skip=”ffffff”]” bg=”dd1a22″ leftbg=”dd1a22″ lefticon=”294781″ track=”ff1b2c” tracker=”ffff00″ text=”000000″ righticon=”294781″ width=”300″ rightbg=”408080″ volslider=”ffffff” skip=”ffffff”]