A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) questionou a forma como as comunidades vêm sendo retratadas nas telas, seja no cinema, seja em novelas. Em discurso no plenário da Câmara, ela citou a retratação do ambiente dos morros onde pessoas vivem e desenvolvem suas atividades culturais, sendo que os aspectos sociais também são abordados, só que de forma muito branda, pois a ótica da violência é realmente o que é explorado com maior pujança cinematográfica, pois é o que mais vende , é o que gera maior audiência.
Benedita da Silva lembrou que a ausência do estado, em muitos aspectos, como em políticas públicas de habitação, gerou aglomerados de pessoas que se apertam em morros e outros lugares impróprios para moradias sendo vitimas de deslizamentos, entre outros ditos desastres naturais que afetam somente estes moradores. “Para pessoas que são portadoras de necessidades especiais a sua mobilidade é terrivelmente afetada, pois raramente existem escadas preparadas ou qualquer outra estrutura que ajude a locomoção”, ilustrou.
“É importante aparecer nas telas a vida das comunidades, mas isto nos deve levar à sóbria análise que violações de direitos humanos ocorrem constantemente e são infringidos há muito tempo pelo poder público”, disse.
Ainda, segundo a deputada, por mais chique que possa parecer ver pessoas bonitas nas novelas, mulheres negras selecionadas para estampar uma imagem de beleza exótica e encantadora, o que realmente não deixa de ser uma conquista, pois de certa forma ajuda quebrar um estigma na sociedade, porém, “isto não pode maquiar terríveis acontecimentos, que são mulheres violentadas, sendo alvo fácil de estupradores , pois as vielas e becos não são lugares iluminados e protegidos pela segurança pública”, afirmou .
Por fim ela defendeu ação humanista junto a este montante expressivo de pessoas, que são mais de 11 milhões, em consonância com políticas públicas que visem reduzir a violência para todas estas comunidades.
PT na Câmara
Foto: Maryanna Oliveira/Agência Câmara