A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ocupou a Tribuna nesta segunda-feira (3) para reafirmar que depois de todas as análises do processo político eleitoral, o Partido dos Trabalhadores “vai se reorganizar para os enfrentamentos” que terá de agora em diante. “Dizem que o Partido dos Trabalhadores foi o mais prejudicado. Não o foi. E não o foi porque não conseguiram matá-lo após 12 anos de bombardeio, e ele saiu do processo de cabeça erguida, uma vez que soube fazer o enfrentamento da situação. Duvido que outro partido pudesse sobreviver a isso”, disse.
Na avaliação de Benedita da Silva houve uma criminalização da política e não se conseguiu dialogar com os eleitores. “Temos que fazer uma reflexão não para saber se o PT perdeu ou ganhou, mas para saber por que nós não conseguimos dialogar com o eleitorado, passar-lhe as propostas. Isso pesou em todos os partidos. Não houve tanto crescimento assim, não existem na política espaços vazios. Tivemos uma criminalização da política, as pessoas não querem votar, não querem saber de políticos – e nesse caso não se trata apenas do PT”, explicou.
“Estamos criando uma geração apolítica, estamos criando uma geração de risco do ponto de vista ideológico. Estamos tendo um retrocesso. Já não existe um debate aprofundado, um debate político dentro das políticas públicas que poderão dar ao cidadão e à cidadã o conhecimento necessário para ajudá-los na escolha”, disse a petista.
É evidente, acrescentou Benedita da Silva, “que não podemos condenar, por exemplo, alguém do Nordeste que aceitou as promessas dos ministros do governo que aí está, os quais foram todos para a rua. Esse golpe tem as suas consequências. Eles usaram as máquinas – não venham me falar de caixa dois –, e funcionou! Funcionou no Rio de Janeiro, funcionou no Brasil inteiro, e é isso o que estamos vendo. A Lava Jato, seletiva, era um grande panfleto contrário, efetuando prisões indiscriminadas nas vésperas das eleições. O PT não está se justificando, pois temos história”.
Ainda de acordo com a deputada Benedita da Silva, o PT continua de cabeça erguida. “Para dizer àqueles que pensam que mataram o Partido dos Trabalhadores: o PT não se mede por número de prefeituras ou de cargos no governo. O Partido dos Trabalhadores tem uma história, tem um projeto de vida para o povo brasileiro e já demonstrou que foi o partido que mostrou ao povo brasileiro a importância da educação e dos direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e de toda a sociedade. Não é esse partido que saiu derrotado dessas eleições. Quem sai derrotado dessas eleições é esta Casa, que, durante esses quatro anos que antecederam as eleições nas prefeituras, não soube passar uma mensagem positiva”, enfatizou a parlamentar petista.
Gizele Benitz
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara
