A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) classificou como “tendenciosas” algumas abordagens do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) apresentado nesta semana na comissão do impeachment. Em discurso no plenário da Câmara, Benedita da Silva criticou o relatório que, de acordo com ela, parecia já “pré-fabricado”.
“O primeiro comentário que faço é sobre a rapidez com a qual foi confeccionado este parecer. Penso ser humanamente impossível fazer um relatório em tão curto período de tempo, abordando todos os aspectos apresentados pela defesa da Presidenta Dilma, defesa essa que era muito longa. É, no mínimo, de estranhar a rapidez da apresentação deste relatório. Parece-nos que já estava pré-fabricado, pré-montado. Foi moldado de forma tendenciosa, maldosa. Portanto, é frágil, não ponderando importantes argumentos da defesa apresentada”, disse.
Para Benedita da Silva, o relatório é frágil em relação ao aspecto da matéria em si e em relação ao aspecto do tempo dos fatos. “Não demonstra a ilegalidade de dois decretos de créditos suplementares e não confirma a relação de causalidade entre os decretos e a meta fiscal da época. Não demonstrou o dolo ou a má-fé da Presidenta, pois, como o ministro José Eduardo Cardozo, da AGU, sustentou na defesa, a Constituição deixa claro que, para haver impeachment, é preciso que os atos tenham sido praticados diretamente pela Presidenta da República dentro do exercício do mandato, de forma dolosa, intencional, e que o crime esteja tipificado. Digo que esse relatório é sem sustentação e sem consistência jurídica”.
A crise política, acrescentou Benedita da Silva, “fica cada vez maior por um simples golpe que a oposição quer emplacar. “Eles (oposição) não gostam que seja chamado de golpe, mas realmente é. E não vamos aceitar isso que a oposição quer fazer. A vingança de não aceitar o resultado das urnas não pode impedir o País de andar e de crescer. Já sofremos com um golpe em nossa História. Não podemos compactuar com mais um. Nós construímos essa democracia e juntos devemos consolidá-la. Juntos, não podemos deixar que mais um golpe seja vencedor. O povo deve ser respeitado”, ressaltou.
Benedita da Silva enfatizou seu otimismo e confiança de que a população brasileira perceberá a tentativa de golpe. “Tenho fé e esperança no discernimento da população brasileira e no crescimento das manifestações em todos os segmentos sociais, sociedade civil organizada, juristas, intelectuais, artistas, sindicatos, juventude, torcidas de futebol, dando exemplo de união e convivência, ampliando o ativismo democrático nas redes sociais e nas ruas, pela defesa da legalidade constitucional da democracia. Não vai ter golpe”, finalizou a petista.
Gizele Benitz
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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