O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (20) duas novas medidas que vão liberar, juntas, cerca de R$ 25 bilhões para os bancos emprestarem aos seus clientes. Uma delas reduz o valor dos depósitos compulsórios – recursos que os bancos são obrigados a recolher e a manter como reserva nos cofres do próprio BC. Essa redução deve injetar R$ 10 bilhões no mercado de crédito e vão se somar aos R$ 30 bilhões já liberados anteriormente em julho deste ano.
Segundo a autoridade monetária, a decisão dá prosseguimento à reversão de “medidas macroprudenciais adotadas anteriormente pelo Banco Central para aumentar os recolhimentos compulsórios e exigência de capital dos bancos a partir de 2010, para conter a então acelerada expansão do crédito”.
O Banco Central também flexibilizou novamente as regras do requerimento mínimo de capital para risco de crédito, funcionam como uma reserva que os bancos devem ter caso tomem calote dos clientes que pediram empréstimos. O impacto previsto dessa medida na economia é de mais R$ 15 bilhões, chegando a uma injeção de recursos prevista em R$ 25 bilhões no crédito dos bancos. As medidas foram publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
Na avaliação do deputado Afonso Florence (PT-BA), integrante das comissões de Finanças e Tributação e de Desenvolvimento Econômico, o Brasil vive tem um ambiente favorável para a liberação de mais crédito. “A disponibilização de crédito acontece em um momento positivo, de inflação zero e de números favoráveis na balança comercial”, afirmou.
Para Afonso Florence, a política econômica do governo Dilma tem fundamentos sólidos para manter o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro crescendo em percentual similar ao dos países europeus. “Assim tem sido possível manter o nosso desenvolvimento econômico sustentável, com geração de emprego e renda”, afirmou. Florence acrescentou que uma economia vai bem quando os trabalhadores tem salário justo, dinheiro no bolso e qualidade de vida. “É isso o nosso governo tem garantido”, frisou.
Veja as medidas do Banco Central
– Permitir que até 60% (sessenta por cento) do recolhimento compulsório relativo a depósitos a prazo sejam cumpridos com operações de crédito, aumentando em 10 pontos de percentagem essa faculdade prevista na Circular 3712 de 24/07/2014. Dessa feita, 60% dos valores recolhidos poderão ser utilizados na contratação de novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas) originadas por instituições elegíveis.
– Estabelecer que para as novas operações de financiamento de veículos a dedução acima mencionada irá considerar incremento em relação a média praticada no primeiro semestre de 2014.
– Permitir também que para efeito do cumprimento da exigibilidade sobre os recursos a prazo possam ser consideradas as Letras Financeiras que tenham sido adquiridas de instituições elegíveis até o montante relativo à posição de 25/07/2014.
PT na Câmara com Portal Brasil