O Banco Central (BC) anunciou nesta quinta-feira (6) medidas para onerar a entrada de dólares no país com o objetivo de conter a queda da moeda norte-americana em relação ao real.
Segundo a norma, os bancos terão que recolher ao BC 60% do valor correspondente à sua posição vendida que exceder US$ 3 bilhões ou o montante equivalente ao patrimônio de referência da instituição.
Ontem (5), o banco informou que as apostas dos bancos na queda do dólar alcançaram o nível recorde de US$ 16,8 bilhões. Essas são as chamadas posições “vendidas”, que podem ser consideradas as “apostas” dos bancos na apreciação do dólar em relação ao real. Se os bancos quiserem reduzir essa “posição” terão de comprar dólares, o que pode afetar a cotação da moeda.
O deputado Vignatti (PT-SC), integrante da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, afirma que é necessário, nesse momento, conter a entrada de capital especulativo no país, além de barrar a queda do dólar em relação ao real. “Ao onerarmos a entrada de recursos de natureza especulativa no Brasil temos condições de estancar a queda do dólar e, consequentemente, manter a nossa competitividade externa através da exportações”, afirmou.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou esta semana que o governo brasileiro não irá “medir esforços” para evitar o derretimento do dólar ante o real. A perda de valor da moeda norte-americana, ressaltou na ocasião, acontece em todo o mundo, e não apenas no Brasil, em decorrência dos sinais mais positivos da economia dos Estados Unidos.
Essa não é a primeira vez que o Banco Central onera e entrada de dólares no país. Há cerca de dez anos o BC adotou tática semelhante, ao limitar a entrada de recursos externos em US$ 500 milhões, quando Armínio Fraga era presidente da instituição. Segundo o secretário executivo do ministério da fazenda, Nelson Barbosa, a medida tomada agora pelo banco, não impede a entrada de recursos, apenas aumenta o custo da operação de colocação de dólares no mercado.
Heber Carvalho, com agências.
