BC ameaça interromper queda da Selic e Gleisi reage: “Tapa na cara do país”

Sabotagem: uma redução ou a suspensão dos cortes nos juros terá impactos negativos sobre o PIB de 2024 Fotio: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

No momento em que o país coleciona indicadores positivos em quase todos os setores da atividade econômica, o Banco Central do bolsonarista Roberto Campos Neto volta a se esmerar em sabotar o crescimento e a política de geração de renda e emprego do governo Lula para o povo brasileiro. Nesta terça-feira (26), o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou ata na qual indica que poderá interromper o ritmo de cortes da taxa Selic a partir de junho, quando o colegiado se reúne para deliberar sobre o indicador.

Pela interpretação da ata feita pelo Poder 360, o corte poderá até mesmo ser interrompido por completo em meados do ano. “A autoridade monetária indicou que as quedas podem ser menores ou sequer existirem nos encontros seguintes”, aponta texto do site.

Para justificar mais um golpe contra a economia do país, o Copom descreve um cenário de “incerteza” sobre a velocidade do processo de desinflação para lançar dúvidas sobre a continuidade dos cortes de meio ponto percentual na Selic, iniciados em agosto de 2023. A taxa de juros atualmente está no patamar de 10,75%, o que coloca o Brasil no topo do ranking dos países com a maior taxa de juro real do mundo (5,90%), atrás apenas do México (7,46%).

“Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação e sem ganhos de produtividade correspondentes, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra”, destaca a ata do colegiado.

“Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir”, aponta o Copom, na ata.

Ataque ao setor produtivo

Após a divulgação do documento, um claro ato de ataque ao setor produtivo do país, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), foi às redes sociais para denunciar a estratégia de Campos Neto de minar a aceleração do crescimento do PIB em 2024.

“Tratar aumento do emprego e da massa salarial como ameaças para a queda dos juros, como faz a ata do Copom, é um tapa na cara do país”, protestou Gleisi, pela rede X. “O BC de Campos Neto é que é uma ameaça constante e cada vez maior ao crescimento econômico de que o Brasil tanto precisa”, advertiu a deputada.

 

“É só a economia dar sinais positivos, que eles reforçam a política de juros estratosféricos, entre os maiores do planeta. Essa irresponsabilidade precisa parar”, pediu.

Alckmin: juro é uma das “piores coisas” para a economia

Na semana passada, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também fez um alerta sobre o efeito nefasto dos juros sobre a economia e sugeriu que o Banco Central deveria acelerar o ritmo de cortes, não interromper as reduções, como ameaça o Copom.

O juro é uma das piores coisas que temos para a economia”, criticou Alckmin, na sexta-feira (22). “O juro ainda é alto, mas está em queda, caindo 0,5 ponto porcentual em cada encontro. Deveria ser mais rápido”, cobrou. O vice atualmente coordena um dos mais importantes ministérios do governo, responsável pela aceleração do processo de neoindustrialização do país.

O setor tem sido um dos mais atingidos pela política contracionista de Campos Neto, cuja atuação tem criado toda sorte de de dificuldades para a expansão da atividade industrial.

Anúncio ocorre em meio a desaceleração da inflação

O anúncio ocorre justamente no momento que a inflação volta a perder força no país. Nesta terça, o IBGE anunciou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) , uma espécie de prévia da inflação, registrou em março queda de 0,42%, despencando para 0,36%. Em fevereiro, o indicador foi de 0,78%.

E não é só: dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco registraram alta em março, sendo a maior alta, de 0,91%, para o grupo de Alimentos e Bebidas. Ocorre que o índice, um dos que mais preocupavam o governo, já iniciou uma tendência de queda: em fevereiro, chegou a 0,97% e janeiro, 1,53%.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,14%, abaixo dos 4,49% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. O indicador encontra-se, portanto, abaixo do teto da meta do Banco Central, de 4,5%.

Assista à série Banco Central de Bolsonaro: o sabotador da economia

PTNacional

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