Barão da mídia e empresas graúdas vão depor na CPI que investiga sonegação bilionária

rbs fachada
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que averigua irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovou, nesta terça-feira (23), requerimento de convocação do presidente da Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS), Eduardo Sirotsky, que foi conselheiro do Carf. A RBS é afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e dona do jornal Zero Hora, parte de um conglomerado que é um dos maiores grupos de mídia do Brasil. Além de Sirotsky, foram convocados pela CPI os presidentes da Ford e da Mitsubishi e o vice-presidente do banco Santander. Os requerimentos são de autoria do líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).

O foco de investigação da CPI é um esquema de pagamento de propinas para redução de dívidas de empresas em julgamentos do órgão. O montante envolvido no esquema, segundo estimativas da Receita Federal e da Polícia Federal, que realiza a Operação Zelotes, é de R$ 19 bilhões.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), relator da subcomissão especial que acompanha o caso na Câmara, no âmbito da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, as convocações são importantes para que se possa conhecer o volume que deixou de entrar nos cofres públicos. “Apesar da mídia muitas vezes ignorar a Operação Zelotes, e apesar mesmo do tratamento diferenciado que o Judiciário tem dado, em relação, por exemplo, à Operação Lava-Jato, a investigação tem avançado. Tanto na nossa subcomissão na Câmara quanto na CPI no Senado, as ações vão no sentido de que possamos apoiar o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para que se consigamos revelar para a sociedade brasileira o tamanho dessa sonegação e para que todos os responsáveis possam ser identificados e punidos”, afirmou Pimenta.

Também integrante da subcomissão, o deputado Toninho Wandscheer (PT-PR) defende a reformulação do Carf e lembra que a RBS, ferrenha adversária do PT, pode estar incorrendo na mesma contradição de alguns opositores dos governos Lula e Dilma. “Muitas vezes as pessoas acusam0020duramente o governo, mas não têm as suas vidas resolvidas quanto à corrupção, por exemplo”, diz Toninho.

Até o momento, a CPI ouviu representantes da Polícia Federal e ex-integrantes do conselho, mas nenhum depoente ligado às empresas supostamente envolvidas. Os depoimentos de Eduardo Sirotsky e dos demais convocados ainda não têm data marcada. A CPI volta a se reunir na próxima terça-feira (30).

PT na Câmara com PT no Senado

 

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