Banco Mundial elogia Bolsa Família e replica modelo em outros países

PedroWilsonO programa Bolsa Família, que chega a quase 46 milhões de brasileiros, é elogiado pelo Banco Mundial, um dos financiadores do projeto e patrocinador de sua expansão por vários países.
Segundo Bénédicte de la Brière, responsável pelo acompanhamento do programa no Bird, o Brasil, com o acúmulo de uma grande experiência de gestão em termos de políticas sociais, tornou-se “uma referência na América Latina e em outras regiões”.

Em entrevista ao Terra Magazine, la Brière disse que, atualmente, quase todos os países da América Latina têm um programa similar ao Bolsa Família. ” Há muito interesse de países africanos, incluindo África do Sul, Quênia e Etiópia. Há programas na Turquia, no Camboja, no Paquistão, em vários países do sul da Ásia. E Nova York está começando um que se inspira explicitamente no programa brasileiro e no programa mexicano. Egito, Indonésia, África do Sul, Gana e outros países africanos mandaram representantes ao Brasil para conhecer o programa”, disse.

Na sexta-feira (17) , o Bird anunciou a aprovação de um empréstimo de US$ 200 milhões para o Bolsa Família. É a segunda fase de um acordo que já ofereceu outros US$ 572 milhões ao programa em 2004. O destino do dinheiro é principalmente gerencial: será usado para fortalecer controle, prestação de contas, registro de beneficiários, avaliação etc. Também deve ser aplicado em outros programas sociais, especialmente nas áreas de treinamento profissional.

O anúncio foi feito em um comunicado carregado de elogios. O diretor do banco para o Brasil, Makhtar Diop, elogiou o papel do programa não só na redução da pobreza e da desigualdade mas também como “rede de proteção fundamental para mitigar o impacto de aumentos nos preços de alimentos e combustíveis, além do da crise mundial”. O banco diz ainda que o Bolsa Família é um modelo exportado para outros países e serviu de base para um programa de transferência de renda em Nova York.

Para o deputado Pedro Wilson (PT-GO) o elogio do Bird solapa as críticas da oposição ao Bolsa Família. “O governo Lula acertou na promoção de um programa que combate a pobreza e a fome, promove a ida de crianças à escola e qualifica os cidadãos em cursos profissionalizantes. Só a oposição brasileira, que não tem nenhuma proposta concreta para o País, não vê a profunda transformação promovida pelo Bolsa Família”, disse. “A oposição vive de factóides e esquece de ver a realidade”.

Diversas pesquisas indicam que o benefício não desestimula o trabalho e a ascensão social, crítica feita recorrentemente pela oposição brasileira. Segundo Bénédicte de la Brière, “o trabalho adulto não é impactado pela transferência de renda. Inclusive, às vezes, alguns adultos trabalham mais porque têm essa garantia de renda básica que permite assumir um pouco mais de riscos em suas ocupações.”

Considerando o orçamento do programa, superior a US$ 13 bilhões (a maior parte do governo), o apoio do Banco Mundial é modesto. O Bolsa Família atende hoje a cerca de 12,7 milhões de famílias e foi um dos responsáveis pelo aumento da participação do Estado na renda dos brasileiros mais pobres. Em 2009, do total recebido pelas famílias com renda per capita de até R$ 116, 66, 2% tiveram origem no trabalho, 5,8% em aposentadorias e pensões e 28% vieram de outras fontes, sobretudo de programas de transferência de renda, segundo o IBGE. Há dez anos, apenas 4,4% eram fruto de outras fontes.

Economistas destacam, porém, que a renda do trabalho é o principal responsável pela queda da desigualdade. A renda do trabalho corresponde a 76% da renda média percebida pelo brasileiro.

Equipe Informes , com agências

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