Bancada do PT vai pedir cassação de Kim Kataguiri por apoio à descriminalização do nazismo

Líder Reginaldo Lopes. Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados

A Bancada do PT na Câmara, por meio de seu líder, deputado Reginaldo Lopes (MG), vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), em razão de uma fala dele favorável à descriminalização do nazismo. Durante participação no podcast Flow, Kataguiri afirmou que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo após a Segunda Guerra Mundial. O líder do PT informou à coluna da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, que a ação pedindo a cassação do mandato de Kataguiri – por quebra de decoro parlamentar – será protocolada ainda nesta semana.

“Entendo que devemos tratar as questões parlamentares no âmbito do Congresso. O deputado Kim Kataguiri cometeu um crime, pois, se ele é contra a criminalização do nazismo, ele é a favor da liberação. É uma tese simples. A legislação brasileira trata o nazismo como crime”, disse Reginaldo Lopes à coluna.

No mesmo debate do qual participou Kim Kataguiri, no podcast Flow, um dos apresentadores do programa, Bruno Aiub, mais conhecido como “Monark”, afirmou que “o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”. Ele disse ainda que “se o cara quiser ser um antijudeu ele tinha que ter o direito de ser”.

Já Kim Kataguiri declarou que a defesa do nazismo não deveria ser considerado crime no Brasil. “O que eu defendo – que acredito que o Monark também defenda -, é que, por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime”, disse Kataguiri.

Denúncia contra apresentador da Jovem Pan

Segundo notícia veiculada pelo site UOL, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) apresentou ação na justiça de São Paulo contra o apresentador da Jovem Pan, Adrilles Jorge. O comentarista fez um gesto interpretado como uma saudação nazista, logo após o encerramento de um debate na emissora justamente sobre o caso Monark.

Na ocasião, Adrilles Jorge tentava equiparar o nazismo ao comunismo quando foi interrompido pelo moderador do debate que anunciava o fim do programa. Nesse momento o comentarista levanta a mão espalmada à altura do rosto, num gesto muito similar com o Sieg Heil, expressão alemã que significa “salve a vitória”, muito utilizada no período nazista como uma saudação a Adolf Hitler.

Na ação protocolada junto ao Ministério Público de São Paulo, Padilha pede que Adrilles Jorge seja denunciado pelos crimes de “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, previsto na Lei nº 7.716/1989.

O site também afirmou que o parlamentar pede que a denúncia seja feita com base na modalidade qualificada do suposto crime pelo gesto ter sido realizado num meio de comunicação social.
“É execrável que um comunicador social de rede de concessão pública de amplo acesso pratique tal crime. É necessária uma resposta dura e rápida por parte do Estado para que esse tipo de conduta não volte a acontecer. O fato não demanda produção de provas, uma vez que registrado em vídeo de forma clara e inequívoca”, afirmou Padilha no documento.

Héber Carvalho com informações do O Globo e site UOL

 

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