A Bancada do PT na Câmara defende a ampliação das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, para que sejam apurados todos os contratos e transações ocorridos desde 1997, período em que o tucano Fernando Henrique Cardoso presidia o País. “Sempre tivemos certeza de que o PSDB não podia dormir em berço esplêndido nessas denúncias e, como agora um dos delatores anunciou que o esquema de propina começou no governo FHC, é preciso apurar tudo, passar a estatal a limpo”, afirmou o líder da bancada, deputado Sibá Machado (PT-AC). A CPI será instalada na quinta-feira (26).
O líder petista se referiu ao depoimento do ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. Em delação premiada, Barusco afirmou que começou a receber propina da SBM Offshore, uma fornecedora da petrolífera, em 1997, ainda durante o governo FHC. Barusco disse à PF que abriu uma conta na Suíça no final da década de 1990 para receber as remessas ilegais de dinheiro da SBM, que, segundo ele, totalizaram US$ 22 milhões até 2010.
O líder Sibá Machado citou também entrevista da presidenta Dilma Rousseff concedida na última nesta sexta-feira (20), na qual ela critica a impunidade e ausência de investigação de casos de corrupção durante o governo FHC (1995-2002). A presidenta afirmou que se casos suspeitos de corrupção na Petrobras tivessem sido investigados durante o governo tucano, o esquema descoberto pela operação Lava Jato não ocorreria.
“Se em 1996 e 1997 tivessem investigado e, naquele momento punido, nós não teríamos o caso desse funcionário que ficou quase 20 anos praticando atos de corrupção. A impunidade leva a água para o moinho da corrupção”, afirmou Dilma na entrevista.
Anúncio – Nesta terça-feira (24) o líder Sibá Machado vai anunciar os nomes dos deputados petistas que participarão da CPI. “Vamos anunciar os nossos representantes e explicar como será a nossa atuação no colegiado. A nossa disposição será a de apurar tudo. Precisamos fazer uma devassa ampla, limpar tudo para que a empresa volte a fazer o que ela sempre fez de melhor que é explorar petróleo”. Sibá enfatizou que é fundamental que a Petrobras dê prosseguimento à exploração do pré-sal, que amplie a produção/dia de petróleo que representa a geração de trilhões para a economia brasileira.
Espetáculo – Sobre a possível batalha de requerimentos na CPI, especialmente por parte da oposição para convocação de petistas e integrantes do governo Dilma, o líder já deixou claro que essa é uma tática de quem não deseja apurar nada. “Se a oposição vier nessa linha ficará claro que ela só quer fazer espetáculo, show político e não dever ser este o caminho, a Petrobras não pode passar por isso”, alertou Sibá Machado.
Na avaliação do líder do PT há uma tentativa de satanização das finanças do PT. “Quem doou para o PT também financiou o PSDB e vários outros partidos políticos, então, tem que apurar tudo. Se é crime para um tem que ser crime para todos”, defendeu.
Aditamento – O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também defendeu o aditamento para que a apuração seja ampla, geral e irrestrita. “Não podemos limitar a investigação só a partir de 2005, como propôs a oposição no seu pedido da CPI. As investigações têm que acontecer desde 1997, conforme está nos autos do processo”, defendeu Guimarães. Ele acredita que o aditamento vai ser aprovado pelos integrantes do colegiado. “Não é razoável para quem quer apurar ser contra isso.”
Vânia Rodrigues, com agências