Bancada do PT não aceita comando de Eduardo Cunha e critica silêncio de parlamentares

HenriquePimentaBohn Gass

Vice-líderes da Bancada do PT ocuparam a Tribuna nesta quarta-feira (27) para exigir o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara. Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores manifestaram indignação com o fato de que um réu, já declarado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de corrupção, continue presidindo uma das Casas do Parlamento brasileiro. A Bancada do PT continuará em obstrução nas votações em plenário até que Cunha seja afastado da presidência da Casa.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) reiterou que é inaceitável que a Câmara continue sendo presidida por alguém que está “absolutamente comprometido” com corrupção. “Sim, pasmem, Eduardo Cunha, este que senta na cadeira de presidente, se tornou réu no STF por unanimidade. O Brasil está estarrecido com o que vê. Alguns dizem: como ele fica impávido? É uma questão de psicopatia, só isso pode explicar”, disse.

Fontana denunciou o “acordão” costurado pelo PSDB, PPS, e Democratas para proteger Eduardo Cunha em troca da tramitação do processo “ilegal e imoral” de impedimento da presidenta Dilma. “O acordão feito dentro da Câmara dos Deputados dizia o seguinte: em troca do golpe comandado por Cunha, os tucanos, o PPS e o Democratas protegeriam o corrupto Eduardo Cunha para ele escapar da cassação no Conselho de Ética. Inclusive, ontem, um delator esteve no Conselho de Ética e afirmou que entregou 4 milhões de reais em dinheiro vivo na casa de Eduardo Cunha. Isto é algo inaceitável e por isso a Bancada do PT não vota nada enquanto este corrupto estiver à frente da Câmara dos Deputados”, destacou.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), o Brasil e a imprensa mundial assistem, perplexos, que Eduardo Cunha, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, permaneça presidente da Câmara.

“Faz 133 dias que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot pediu o afastamento de Cunha e elencou 11 razões para isso. Entre os motivos estão lavagem de dinheiro e corrupção. O Brasil não consegue entender. A imprensa mundial está perplexa. Como pode permanecer presidindo esta Casa um cidadão nessas condições?”, questionou o petista.

Paulo Pimenta cobrou uma atitude dos parlamentares que se calam diante dos desmandos de Eduardo Cunha. “Quero chamar a atenção, mais uma vez, da sociedade brasileira e dos colegas parlamentares, de vários partidos, que muitas vezes vêm a esta tribuna falar contra a corrupção, contra os desmandos, mas se calam diante do presidente Eduardo Cunha e fazem de conta que não estão enxergando esta realidade. Até quando ficarão quietos? Até quando ficarão sem reagir, em silêncio constrangedor? Faço um apelo, que senhores deputados e deputadas tenham a coragem de se somar a nós para dizerem em alto e bom som que está na hora de Eduardo Cunha deixar de presidir esta Casa. Parlamento, manifeste-se! Fora, Cunha”, enfatizou o deputado Paulo Pimenta.

Na avaliação do deputado Bohn Gass (PT-RS) não é possível que os parlamentares continuem na sessão no plenário como se tudo estivesse ocorrendo dentro da normalidade. “Veio um delator no Conselho de Ética, onde corre um processo de cassação contra Eduardo Cunha, e confirma que operou para Cunha 4 milhões de reais em cash, entregues no escritório de Cunha. E ele continua sentado, presidindo a sessão, e os deputados que falaram contra a corrupção, defendem a permanência de Eduardo Cunha apesar dele não ter legitimidade, porque é réu na Lava-Jato. Não, a Nação brasileira não pode aceitar isso”, afirmou o petista.

Gizele Benitz
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
Mais fotos no www.flickr.com/ptnacamara

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