O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA) anunciou, no início da noite, em entrevista coletiva, o apoio da legenda à candidatura do ex-ministro da Saúde do governo da presidenta Dilma Rousseff, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) à presidência da Câmara, na disputa que acontece nesta quarta-feira (13). Dos 58 parlamentares que compõem a bancada, 7 se posicionaram contrários à orientação do partido e três se manifestaram indecisos.
“O que é relevante é que Marcelo Castro é contra o golpe e contra a agenda que retira direitos dos trabalhadores”, argumentou Florence. Ele se referiu ao pacote de maldades encaminhado à Câmara dos Deputados pelo governo interino e golpista de Michel Temer, assim que tomou de assalto o Palácio do Planalto.
Esclareceu ainda Afonso Florence que a bancada do PT fez questão de ouvir os candidatos à Presidência da Câmara que também têm posições democráticas e contra o golpe, citando a deputada Luiza Erundina (PSol-SP), e os deputados Orlando Silva (P C do B-SP) e Marcelo Castro (PMDB-PI) e, após longo e intenso debate, optou pela candidatura do PMDB.
“A posição da bancada foi optar pela candidatura que votou contra o impeachment e que se comprometeu com o funcionamento democrático das comissões, do direito à obstrução e contrária à retirada de direitos e à pauta reacionária que atinge povos indígenas, direitos trabalhistas, direitos sociais, à redução de recursos para educação e saúde, e com medidas impopulares que porventura sejam submetidas ao Parlamento”, reiterou o líder da bancada petista. E acrescentou: “Temos convicção de que ele tem chances de ir para o segundo turno e de ganhar a eleição”.
Florence lembrou ainda que o escolhido pelo PT para representar a Câmara tem posição contrária à revisão da Lei de Partilha, contida no projeto de lei PL 4567/16 do senador e ministro interino das Relações Exteriores, José Serra e que retira da Petrobras o protagonismo na exploração da camada do pré-sal.
“Ele se posiciona, por exemplo, contra a revisão do regime de partilha e o governo Temer quer o regime de concessão. Portanto, o deputado Marcelo Castro divide a base do governo”, analisou o líder.
Questionado porque o partido optou pelo nome de Castro – um representante nato do partido que tramou o golpe da presidenta Dilma -, o deputado Florence foi taxativo em reafirmar que o pemedebista, além de carregar a marca de oposição ao impeachment, apoiou as candidaturas de Lula e Dilma nas respectivas eleições presidenciais que ambos disputaram.
“No debate da reforma política, Marcelo Castro foi um dos ‘anti-Cunha’ da Casa. E ele tem o compromisso de garantir a tramitação do relatório do Conselho de Ética que aponta para a cassação de Eduardo Cunha. Ele enfrentou Eduardo Cunha e derrotou o Palácio do Planalto na bancada do PMDB”, sustentou Florence, se referindo à disputa dentro da legenda para indicar um candidato à Presidência da Casa.
“O PMDB apresentou na bancada um candidato a Presidência da Câmara e ele, com uma agenda democrática, anti-golpe e contra a retirada de direitos, ganhou a indicação porque ele tem compromisso com a autonomia da Casa e com a democracia”, reafirmou.
Benildes Rodrigues
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