A retomada gradativa de atividades industriais, o horário de funcionamento normalizado em estabelecimentos comerciais e a liberação de espaços de cultura e lazer transmitiram à população uma falsa sensação de normalidade em que os dias rígidos de isolamento social eram coisas do passado. O dia seguinte às festas de fim de ano, no entanto, foi um verdadeiro banho de água fria para muita gente. Diversos setores da economia registram nas primeiras semanas do ano redução do número de funcionários em decorrência do avanço da variante ômicron e do vírus influenza, da gripe.
O alerta vermelho se deu de maneira indireta já que o governo Bolsonaro segue relutante nas medidas de combate à pandemia. Faltas com atestado médico por Covid-19 ou gripe, filas em hospitais públicos e particulares e falta de testes para coronavírus em farmácias indicaram estar ocorrendo uma nova onda de coronavírus no Brasil. Os números reais da pandemia continuam praticamente desconhecidos passados um mês do ataque hacker ao Ministério da Saúde e plataformas de notificação de casos positivos da doença.
Rio de Janeiro e de São Paulo decidiram, respectivamente, nos dias 4 e 6 de janeiro cancelar os desfiles de carnaval de rua em consequência do aumento de casos de Covid nas duas cidades após a chegada da variante ômicron e doenças respiratórias. Por enquanto, os desfiles de escolas de samba estão mantidos. O argumento das autoridades das duas cidades é que, na Sapucaí e no Sambódromo, é possível adotar protocolos de fiscalização.
No dia 9, a Ablos, associação que reúne mais de cem lojistas, pediu a shopping centers que reduzam por algumas semanas o horário de abertura de estabelecimentos comerciais em decorrência da falta de funcionários com dispensa médica após contrair Covid ou gripe nos últimos dias. O objetivo da associação é reduzir o horário de atendimento em um período.
O avanço da Covid e de gripe está fazendo com que companhias aéreas também cancelem voos devido ao crescente do número de dispensas médicas de seus tripulantes. A Latam, por exemplo, interrompeu 47 voos nacionais e internacionais, a Azul, pelo menos 89 viagens. Em nota, a Gol informou ter registrado aumento dos casos positivos de Covid-19, “mas que nenhum voo foi cancelado ou sofreu alteração significativa por este motivo”.
Os primeiros sinais de que a situação não estava normalizada foram dados em 31 de dezembro, quando a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao Ministério da Saúde que interrompesse a temporada de cruzeiros pela costa marítima brasileira. A decisão havia sido tomada em decorrência do surgimento, em nove dias, de 800 infecções a bordo de navios de turismo que estavam operando na costa brasileira.
Após a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia Brasil) anunciar em 3 de janeiro a suspensão temporária dos cruzeiros até 21 de janeiro, o Ministério da Saúde se pronunciou no mesmo sentido.
Redação do PT Nacional