Audiência sobre concursados da Caixa alerta para “privatização fatiada” da CEF

Em 2014, foi realizado o último concurso da Caixa Econômica Federal (CEF), que selecionou 32 mil novos bancários. Sete anos depois, mais de 20 mil desses aprovados ainda lutam na Justiça e junto à Câmara de Deputados para conseguirem a nomeação. Por iniciativa do deputado Jorge Solla (PT-BA), essa questão foi tema de audiência pública nesta segunda-feira (12) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC). O deputado apontou a gestão “privatista” dos governos Temer e Bolsonaro como responsáveis pela redução no quadro de funcionários do banco estatal.

“Caixa não é qualquer banco, tem grande importância social e econômica no País. Ela atua em áreas estratégicas, como habitação, saneamento, infraestrutura, e até na saúde, além de gerenciar todos os programas de transferência de renda, o Bolsa Família, e tem participação muito importante com auxílio emergencial. Mas, como a Petrobras, está sendo esquartejada para que seja privatizada em pedaços. Por isso não interessa para a atual direção contratar novos servidores”, destacou o petista.

Dep. Jorge Solla – Gustavo Sales Ag./Câmara

Segundo Sérgio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em 2014 a Caixa possuía 201,5 mil servidores concursados, efetivo que caiu para 84 mil em 2021. “As contratações feitas até aqui não repõem nem 15% da necessidade do quadro. O número de clientes e serviços aumentaram”, destacou. O dirigente sindical destaca que a Caixa pretende privatizar, no fim de abril, parte da Caixa Seguridade, com lançamento de ações na Bolsa de Valores. “Todas as empresas desistiram de fazer IPO nessa crise por conta da queda do preço dos ativos. O valor estimado da Caixa Seguridade era de R$ 60 bilhões. Agora é de R$ 30 bilhões, sairá a preço de banana”, alertou.

Na mesma linha, o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, destacou que a Caixa Seguridade e as Loterias, que também estão na fila para a privatização, são lucrativas e financiam os programas sociais do governo. “Loterias da Caixa geram dividendo ao Tesouro. Financiam esgotamento sanitário, Fies, ajudam a financiar esporte, cultura. Por que se desfazer da loteria? O que está em curso é um verdadeiro ataque. A Caixa é lucrativo, eficiente e rentável. Graças ao esforço de milhares de trabalhadores, consegue manter lucro e ajudar o Tesouro Nacional em formato de dividendos”, completou.

Isabela Freitas, presidente da Comissão Independente dos Aprovados CEF 2014, destaca as manobras adotadas pela direção da estatal para evitar a convocação dos concursados, contratando. “Ganhamos na Justiça contra a terceirização. Eles contrataram 5 mil terceirizados. Anunciaram há pouco que iriam contratar 7,7 mil novos funcionários, mas apenas 2.776 são vagas para o concurso de 2014. O resto é estagiários e seguranças terceirizados”, denunciou.

Representante da Caixa na audiência, Louise Magalhães Dias, Superintendente Nacional de Trajetória e Desenvolvimento, afirmou que o quadro atual de funcionários concursados, de 84.544 membros, não deverá ser reduzido ou ampliado.

 

Assessoria Parlamentar

 

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