“Da Petrobras não abro mão, quero o petróleo 100% da nação”. Essa foi a palavra de ordem entoada por parlamentares e representantes de movimentos sociais durante ato em defesa da estatal e da democracia promovido nesta terça-feira (14), na Câmara dos Deputados, pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras
Os participantes do ato deixaram claro que estarão unidos contra qualquer tentativa golpista e desestabilizadora da democracia no País. Eles manifestaram apoio ao governo Dilma Rousseff e reforçaram a importância da defesa das riquezas nacionais, em especial o petróleo do pré-sal, alvo de ataques do PSDB e de outros setores que privilegiam os interesses do capital estrangeiro.
Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), os ataques ao regime de partilha na área do pré-sal e as ações para tentar derrubar o governo Dilma “são dois lados de uma mesma moeda”. Segundo ele, “a tentativa de romper a institucionalidade tem tudo a ver com a ideia de entregar o petróleo brasileiro para empresas multinacionais”, observou.
O regime de partilha foi aprovado no governo Lula e implementado no governo Dilma, garantindo um papel estratégico para a Petrobras na exploração das jazidas do pré-sal. Os tucanos querem mudar o sistema , trocando-o para o de concessão, que privilegia as petroleiras estrangeiras. O regime de partilha, somente no campo de Libras, – o primeiro a ser explorado no novo modelo – garantirá R$ 100 bilhões para o Fundo Social e R$ 50 bilhões para educação e saúde.
O coordenador da Federação Única da Petrobras (FUP), José Maria, salientou que “o pré-sal é a redenção de nosso povo; os setores que estão tramando o golpe terão resposta dura se levarem adiante essa tentativa.”
Já o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, destacou que a luta é de todos os brasileiros. “Não é uma luta só dos petroleiros, da FUP, da CUT, da UNE, do MST e dos partidos políticos, é uma luta de todos contra os que querem comprometer o futuro de nossos filhos e netos”.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, anunciou que a juventude vai cobrar explicações do senador José Serra (PSDB-SP) de uma maneira muito especial, já que ele foi presidente da entidade à época do golpe de 1964. Serra é autor de projeto de lei (PLS 331/2015) de conteúdo entreguista que reduz o papel da Petrobras nos consórcios para exploração na área do pré-sal e favorece as petroleiras estrangeiras.
Carina lembrou que “a história do movimento estudantil e dos oriundos dele é a da defesa da Petrobras 100% pública, é a história da defesa da soberania do País e do investimento dos recursos do petróleo na educação”.
Privataria tucana – Em sintonia com os movimentos sociais, os parlamentares da bancada petista se posicionaram fortemente contra as investidas antidemocráticas da oposição. “Perderam a eleição, mas não perderam a vontade de privatizar novamente a Petrobras ou de entregar parte do nosso petróleo às multinacionais”, disse Fernando Marroni (PT-RS).
O líder do governo da Câmara, José Guimarães (PT-CE), destacou a importância da destinação de 75% dos royalties do petróleo para a área de educação. Ele alertou que não se pode alterar o regime de partilha, porque “ essa mudança visa, no futuro próximo, vender a Petrobras, como quiseram vender no passado”. O PSDB , no governo FHC (1995-2002), vendeu um terço das ações da Petrobras na bolsa de Nova Iorque e tentou mudar o nome da empresa para Petrobrax, para agradar aos ouvidos estrangeiros.
Luiz Sérgio (PT-RJ) lembrou que “há enormes interesses econômicos e geopolíticos que envolvem a Petrobras; toda tentativa de enfraquecer a empresa deve ser combatida em nome da soberania brasileira”. Valmir Assunção (PT-BA) condenou a proposta tucana de mudar o sistema de exploração no pré-sal. “É contra a educação, a Petrobras e povo brasileiro”.
Para Afonso Florence (PT-BA), o ato realizado na Câmara “foi uma demonstração do poder da sociedade em favor dos interesses nacionais”, enquanto Bohn Gass (PT-RS) chamou a atenção para a necessidade de união dos brasileiros contra o entreguismo tucano.
Chico D` Angelo (PT-RJ) considerou o projeto de Serra como uma ‘’verdadeira afronta à soberania do País”.
Já Érika Kokay (PT-DF) lembrou que o pré-sal é uma realidade do Brasil. “Não podemos admitir um projeto entreguista do senador José Serra (PSDB-SP), que tira o papel da Petrobrás de operadora única do pré-sal’’.
“Nossa luta em defesa da Petrobras continua para que o pré-sal se mantenha como patrimônio nacional. Nós queremos manter o sistema de partilha para que a Petrobras seja a operadora única. O projeto do senador Serra vai contra o interesse nacional”, reforçou Henrique Fontana (PT-RS).
Jorge Solla (PT-BA) também condenou a subserviência do PSDB aos interesses estrangeiros, em detrimento do povo brasileiro. Segundo ele, o prejuízo com a mudança do regime de partilha seria de pelo menos R$ 246 bilhões aos cofres públicos.
Equipe PT na Câmara
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