Atendendo ao requerimento apresentado pelo deputado Nilmário Miranda (PT-MG), a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara vai realizar, nesta quinta-feira (10), audiência pública no distrito de Milho Verde, município de Serro (MG), com o objetivo de obter informações sobre os atentados cometidos contra ambientalistas da região. A atividade ocorrerá em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que será representada pelo seu presidente, o deputado estadual Durval Ângelo (PT).
Na última quarta-feira (2), uma bomba explodiu na casa do ambientalista Luiz Fernando Ferreira Leite, presidente do Instituto Milho Verde, entidade que desenvolve projetos ambientais e de economia solidária na região. Ninguém ficou ferido no atentado. Luiz Fernando já havia sido vítima de outro atentado em março, quando foi alvo de vários disparos, mas também sem gravidade. E no dia 2 de junho o secretário de Meio Ambiente do Serro, Paulo Sérgio Procópio, teve a sua casa incendiada.
Segundo Nilmário Miranda, a onda de violência tem a ver com a ação do Instituto, que atua para garantir a manutenção de uma área de preservação ambiental em Milho Verde, que é um tradicional destino ecoturístico. Além disso, a entidade trabalha com ações de educação ambiental, promoção da cultura popular, entre outras. “Trata-se pessoas que defendem causas do bem comum, do interesse público, e que estão sendo ameaçadas porque a sua atuação fere interesses locais que promovem desmatamento e outros danos ambientais”, afirma Nilmário.
“Quando é um caso de violência comum, chama-se a polícia e a Justiça para resolver, mas como se trata de uma ameaça a defensores de direitos humanos, esta é uma causa de todos nós”, diz o parlamentar, acrescentando que a Defensoria Pública e o Ministério Público irão participar da audiência pública.
O deputado cobra uma investigação rigorosa da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais. “Milho Verde é um patrimônio natural riquíssimo, de rara beleza, com a nascente do rio Jequitinhonha e outros monumentos. A partir do momento em que foi criada uma unidade de conservação, algumas pessoas começaram a reagir com truculência e não podemos aceitar isso. As autoridades precisam garantir a segurança pública, investigar o caso e punir os responsáveis. A população local sabe quem são as pessoas que estão promovendo esses atos de violência, mas é preciso colher as provas e garantir o devido processo legal para que elas sejam condenadas”, cobrou Nilmário.
Rogério Tomaz Jr.