O atentado sofrido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde de terça-feira (27) ganha ampla repercussão na imprensa estrangeira, que destaca os tiros disparados contra dois ônibus da caravana do líder político, que está percorrendo cidades do Sul do País desde a semana passada.
A imprensa internacional fala em tensão crescente no País. Jornais como o inglês The Guardian, o americano New York Times, os franceses Le Monde, Le Figaro, Libération e o site Ouest France dão espaço para o episódio.
Os diários argentinos também ressaltam o ataque ao líder petista, com destaques no Clarín e Página 12. La Nación reproduziu as declarações de Geraldo Alckmin atribuindo a Lula a responsabilidade pelo ataque. Da Espanha, El País destacou que a caravana de Lula foi recebida a “balazos”.
O ataque a Lula confirmou as declarações da ex-presidenta Dilma Rousseff e do embaixador Celso Amorim, que alertaram para os riscos de um banho de sangue no Brasil, durante entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros, na véspera do episódio.
Os despachos das agências internacionais de notícias dão conta do agravamento da situação política brasileira. Reportagem da Reuters, replicada por 9.530 veículos noticiosos no exterior, diz que pelo menos dois ônibus foram atingidos por tiros, mas que ninguém ficou ferido. O texto foi reproduzido pelo New York Times, France 24, Today, além de jornais e emissoras de TV dos cinco continentes.
O material da Associated Press foi reproduzido por 7.550 sites noticiosos, incluindo New York Times, Washington Post, Fox News, Miami Herald, Las Vegas Sun, destaca que ninguém saiu ferido no ataque, Lula segue sendo um líder popular, mas que o País está dividido. A reportagem constatou as marcas nos ônibus e disse que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, considerou o ataque “inaceitável”.
Texto da agência France Presse, reproduzido pelos jornais Le Figaro, Libération e outros 1.050 sites noticiosos na Europa e África, destaca que a turnê eleitoral de Lula enfrenta crescentes tensões e os detratores do petista, desde a semana passada, atacaram a caravana, atirando ovos e pedras. “Nunca vi essa barbárie”, disse Lula.
O jornal francês Le Monde destacou que “a caravana eleitoral de Lula foi atingida por tiros”, quando o comboio do ex-chefe de Estado, em campanha pela eleição presidencial de outubro, deixou a cidade de Quedas do Iguaçu. “Não houve feridos”, aponta o texto.
A agência de notícias espanhola EFE destacou a denúncia do PT sobre o atentado à caravana de Lula e, em outro despacho, que Temer condenou o ataque. A Bloomberg também repercutiu o ataque e lembrou que Lula é o favorito nas pesquisas de opinião sobre as eleições no país, previstas para ocorrer em outubro. A agência russa Tass apontou que os atacantes de Lula ainda não foram identificados.
Alerta de Dilma – No dia do atentado, já repercutia com força em veículos globais a entrevista coletiva concedida pela ex-presidente Dilma Rousseff e o embaixador Celso Amorim, no Rio de Janeiro. Material produzido pelas agências internacionais – Reuters, AFP, AP, Bloomberg, EFE, BBC e Sputnik –, denunciando a escalada da violência que atingiu a caravana de Lula no Sul do país.
Ainda na terça, a coletiva ganhou enfoques distintos das agências internacionais. Houve quem priorizasse a denúncia da ex-presidente e do ex-chanceler brasileiro aos ataques e da violência contra a caravana de Lula por brigadas e milícias no Sul do país, e o alerta de Dilma sobre o risco de um banho de sangue nas eleições presidenciais no país.
Também repercutiu fortemente a denúncia de Dilma acusando o cineasta José Padilha de promover o assassinato de reputações dela e de Lula, lançando mão de mentiras na série de tevê “O Mecanismo, lançada no final de semana pela Netflix.
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