Assis Carvalho lembra os 191 anos da Batalha do Jenipapo

assis carvalho tribuna

O deputado Assis Carvalho (PT-PI) subiu à tribuna, na última quinta-feira (13), para lembrar os 191 anos da Batalha do Jenipapo. Ocorrida no histórico 13 de março de 1823, a Batalha do Jenipapo é um episódio pouco conhecido e divulgado da história brasileira, o ápice de uma etapa importante no processo de independência do Brasil.

Segundo o parlamentar, a independência brasileira não foi construída num grito às margens do Ipiranga. Ela começou antes de Tiradentes e teve um período duro que consistiu na luta de piauienses, maranhenses e cearenses para declarar fidelidade ao Brasil e adesão à declaração de independência – indo contra as tropas da Corte Portuguesa, que se recusava a reconhecer nossa independência, declarada oficialmente por Dom Pedro I, em 1822, às margens do Riacho do Ipiranga. Três episódios marcam a participação do Piauí nas lutas pela independência do Brasil: o Levante da Parnaíba, a Declaração de Oeiras e a Batalha do Jenipapo, em Campo Maior.

Ainda em 1821, no intuito de impedir o crescimento das ideias de liberdade, e manter o norte do Brasil como colônia portuguesa, Dom João VI enviou o veterano das guerras napoleônicas, major João José da Cunha Fidié, nomeando-o comandante das armas em Oeiras – então capital da província do Piauí.

A missão liderada por Fidié pretendia desmembrar as províncias do Piauí, Maranhão e parte do Ceará e o Grão-Pará, definida como Meio Norte, para a criação de uma nova colônia portuguesa, reprimindo os movimentos de independência, de forma a manter o norte da ex-colônia fiel à Coroa Lusitana.

O 13 de março marcou a data em que, para tentar conter o movimento emancipacionista, o major português marchou em retorno à capital Oeiras, mas, ao chegar ao local em que hoje se localiza o município de Campo Maior, encontrou os brasileiros entrincheirados ao longo do Riacho do Jenipapo.

“Nossos heróis da independência eram cerca de dois mil homens, piauienses e cearenses, sem nenhum treinamento militar, pois, na vida, tinham o ofício de lavradores, vaqueiros, pescadores, escravos, sertanejos, aliados a militares da tropa nacional”, lembrou Assis.

Os brasileiros lutaram numa batalha desigual, sem armas de guerra, sem experiência – com velhas espadas, facas, pedras e paus – enfrentando canhões e soldados fortemente armados. Foi um massacre. “Os heróis do Jenipapo perderam a batalha, óbvio, mas venceram a Guerra da Independência. Diante do experiente estrategista militar e sua tropa bem armada, só restava ao nosso povo, além da coragem e a astúcia para enfrentar a batalha. Conta a tradição oral, que nossos guerreiros soltaram os cavalos e jogaram no riacho os mantimentos e as armas dos soldados de Fidié. E foi, dessa forma, que enfraqueceram os fortes portugueses, agindo como Davi diante de Golias”, disse.

Após fazer o resgate histórico, o parlamentar destacou a importância do reconhecimento da data. “É em nome da necessidade deste resgate histórico, é em memória das pessoas anônimas que deram suas vidas pela causa da independência e que não têm seus nomes escritos nos livros de História, que eu subi a esta tribuna. Para falar sobre este episódio e dar mais uma modesta contribuição para divulgar a História do Brasil”.

Assessoria Parlamentar

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