As mulheres que ousaram lutar contra a ditadura militar no Brasil

Apesar de Jair Bolsonaro (PSL) ter sinalizado para o Ministério da Defesa que realizasse “comemorações devidas” em referência a data que marca o golpe militar no Brasil, a história mostra que não existe nada a se celebrar, muito pelo contrário, foi um momento sombrio para o país.

A história, por muitas vezes, apaga a existência das mulheres que estiveram a frente de diversas lutas desde os primórdios. Na ditadura militar não foi diferente, durante o período elas tiveram participação ativa e foram grandes protagonistas. A ex-presidenta, Dilma Rousseff, é um grande exemplo de mulher que esteve na luta contra o período e por isso foi presa e vítima de torturas.

Conheça mulheres da luta contra a ditadura militar no Brasil

Dinalva Oliveira Teixeira – Uma das guerrilheiras mais conhecidas do Araguaia, conhecida como Dina, foi uma das vítimas fatais da ditadura militar no Brasil. A baiana, era militante do PCdoB e foi presa, torturada e assassinada em 1974, em Tocantins, enquanto estava grávida.

De acordo com o relatório da Comissão Nacional da Verdade, no momento de seu assassinato, Dina olhou nos olhos de seu assassino, Joaquim Artur Lopes de Souza, de codinome Ivan, e disse “eu quero morrer de frente.”

Maria Amélia de Almeida Teles – A feminista foi uma das criadoras do jornal “Brasil Mulher” na década de 1970. Militante do PCdoB, foi presa pela Operação Bandeirantes, onde sofreu diversas sessões de tortura pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador ídolo de Bolsonaro.

Seu marido, Carlos Nicolau Danielli foi assassinado na sua frente, e constantemente seus filhos, crianças de 4 e 5 anos, foram levados para assistirem as sessões de tortura.

Amelinha, como é conhecida, relatou a Comissão Nacional da Verdade que foi submetida ao pau-de-arara, levou choques em todas as partes do corpo, além de ter sofrido violência sexual. Sua família ganhou uma ação judicial contra Ustra pelos crimes cometidos contra ela, isso fez com que ele fosse o primeiro torturador reconhecido da história da ditadura militar no Brasil, em 2008.

Dilma Rousseff – A ex-presidenta iniciou sua militância aos 16 anos. Teve que viver na clandestinidade e em 1970 foi presa pela Operação Bandeirantes e submetida a torturas. Em 2012, Dilma instalou a Comissão Nacional da Verdade, com o objetivo de apurar as violações dos direitos humanos que ocorreram no período entre 1946 e 1988, o que inclui a ditadura militar (1964-1985). No ano de 2014, a história de Dilma foi relatada à Comissão.

Miriam Leitão – A jornalista, foi militante do PCdoB, e em 2014 revelou que sofreu torturas enquanto esteve presa. Ela tinha apenas 19 anos e estava grávida de um mês quando foi trancada em uma cela escura com uma jiboia, acusada de aliciamento de estudantes, panfletagem e pichações.

Que não se esqueça – Essas são algumas das mulheres que lutaram e sofreram durante a ditadura militar no Brasil, mas uma parte muito triste da história é que diversas mulheres ainda continuam no anonimato e não tiveram a chance de contar suas histórias. Por elas, e por todos as outras pessoas que tiveram suas vidas tiradas, a importância de que esse período nunca mais se repita.

Da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações do Memórias da Ditadura

 

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