Entre os anos de 2019 e 2020, segundo a Fundação Getúlio Vargas – FGV, no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas passaram a viver abaixo da linha de pobreza. Quase 30% da população passaram a viver com menos de R$ 500,00 por mês. São 63 milhões de brasileiros e brasileiras vivendo com renda menor que a metade de um salário-mínimo por mês. Este é o resultado do Governo entreguista e excludente de Bolsonaro.
O salário mínimo (SM) perdeu seu valor para a inflação e isso tronará Bolsonaro o primeiro governante brasileiro a terminar seu mandato, em dezembro de 2022 (caso não seja afastado antes pela corrupção que envolve o seu governo), como o primeiro presidente, desde o Plano Real, a deixar a deixar o salário mínimo valendo menos do que quando entrou.
Ao se detalhar os dados, o Estado de Santa Catarina foi o que apresentou menor percentual de pessoas com renda abaixo de meio SM (10%), enquanto a maior concentração de pobres ocorreu no Estado do Maranhão, com 58 % de pessoas vivendo abaixo disso.
Quando se detalha a Região Nordeste, o Maranhão tem com o maior índice (58%), sendo o Rio Grande do Norte, o que menos apresenta pessoa com menos de meio salário, com 43%. Sergipe ficou em quarto lugar com uma taxa de 48%.
Ao se colocar uma lupa na pesquisa, a maior população de pobres está na chamada Baixada Maranhense, aonde o índice chega a 72%.
A verdade é que após 11 anos de redução continuada da pobreza nos governos Lula e Dilma, 85 milhões de brasileiros (os 40% mais pobres) tiveram perdas contínuas na renda nos últimos cinco anos, segundo estudo do Banco Mundial.
Os dados mostram que, entre 2003 e 2014, o Brasil viveu uma fase de avanço econômico e social, com cerca de 25 milhões de pessoas deixando a pobreza e um aumento significativo da renda dos mais pobres. Porém, a partir de 2014, essa parcela da população tem sofrido perda constante em sua renda, ano a ano. Com isso, a desigualdade, que tinha chegado ao menor patamar da história em 2015, voltou a subir.
Segundo o Banco Mundial, a parcela da população em situação de extrema pobreza no país era de 13,6% em 2001, caindo para 4,9% em 2013, no governo Dilma. Enquanto a renda média dos brasileiros, no geral, cresceu 4,4% entre 2003 e 2014, a renda dos 40% mais pobres cresceu 7,1%. Em consequência, o índice de Gini caiu de 0,581 para 0,515. O índice é um modelo matemático usado para medir o grau de concentração de renda. Quanto mais próximo de 1 chega o índice, mais desigual é a distribuição de renda do país.
Isso demonstra que o País não pode correr o risco de manter por mais quatro anos essa política de favorecimento ao grande capital especulativo, fortalecendo as grandes corporações e deixando o povo na miséria. Temos que ter um Governo que priorize o povo, que coloque as necessidades da população no orçamento da União, que tenha como prioridade a geração de emprego e renda, baseada no aumento da produção industrial e no crescimento da agricultura.
Um governo que privilegie a produção de alimentos saudáveis para a mesa dos brasileiros e que procure ter uma exportação de alimentos baseada na agroindústria, ao invés de priorizar unicamente a exportação de comanditeis, com juros subsidiados e sem pagar taxas de exportação.
Tirar o povo da situação de miséria e trabalhar pela redução drástica das desigualdades sociais, com projetos e programas que retomem os investimentos nas áreas prioritárias de saúde, educação, moradia, cultura e promover investimentos em infraestruturas capazes de melhorar as condições de vida na cidade e no campo, estarão nas prioridades do no novo Governo Federal e nos governos estaduais que vamos eleger em outubro.
O Brasil não aguenta mais Bolsonaro! Lula é a esperança da reconstrução e transformação do Brasil!
João Daniel (PT-SE), deputado federal, é presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia – CINDRA