Durante a sessão solene que homenageava os 50 anos da Rede Globo, nesta terça-feira (14), na Câmara, manifestantes entoaram palavras de ordem e abriram uma faixa de protesto contra a emissora. O ato de “descomemoração” contra a Globo foi reprimido pela ação da Polícia Legislativa, que deteve três participantes e os interrogou por cerca de meia-hora, liberando os mesmos em seguida, sem a abertura de inquérito de investigação.
A principal palavra de ordem usada no protesto fazia alusão ao vínculo da Rede Globo com a ditadura encerrada em 1985. “A verdade é dura! A Rede Globo apoiou a ditadura!”.
Em pronunciamento na tribuna, o deputado Marcon (PT-RS) criticou a empresa da família Marinho. “A Rede Globo, que foi criada na ditadura militar, a Rede Globo, que tem lado e tem time, nunca conseguiu relatar os fatos reais, sempre teve opinião política contra a democracia. A Globo não representa os meios de comunicação democráticos deste País”, afirmou o parlamentar gaúcho, que também reprovou a forma “brutal” pela qual os manifestantes foram retirados da sessão solene, que ocorreu no plenário da Câmara.
Jefferson Lima, secretário nacional da Juventude do PT, acompanhou e lamentou a ação da Polícia Legislativa, que já impediu na entrada da Câmara o acesso de diversas pessoas que manifestariam o repúdio a Rede Globo. “O que eles [manifestantes] queriam naquele momento era expressar a opinião quanto à sonegação bilionária da Rede Globo e quanto ao papel da Globo em relação ao Golpe de 1964 e a ditadura militar, mas foram impedidos de abrir uma faixa. Infelizmente, a liberdade de expressão não existe nas atividades nas quais está envolvida a Rede Globo”, disse Lima.
O ato foi organizado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNCDC) e por outras entidades e movimentos sociais do Distrito Federal.
PT na Câmara