Ao anular depoimento de testemunha contra Richa, Moro protege correligionários na “cara dura”, denuncia Paulo Teixeira

Três dias antes de rejeitar ser o julgador de um caso de corrupção envolvendo o governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, o juiz Sérgio Moro anulou o depoimento da principal testemunha do processo. Alegando sobrecarga de trabalho – talvez agravada pelas constantes viagens para receber prêmios de empresas beneficiadas pela destruição da economia brasileira promovida pela operação Lava Jato – e falta de relação do caso com a Petrobras, Moro fez questão de anular o depoimento de Carlos Nasser, ex-assessor da Casa Civil do governo paranaense, antes de remeter o processo para outro juiz.

Nasser prestou depoimento em dezembro de 2017, quando ocorreu a 48ª fase da Lava Jato, destinada a investigar o pagamento de propinas pelo Grupo Triunfo, acionista da concessionária Econorte, a diretores do Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná. No depoimento, de acordo com o Paraná Portal, Nasser disse que, se houve depósito da Triunfo em sua conta bancária, foi dinheiro para campanhas políticas.

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a decisão de Moro é gravíssima e deixa ainda mais explícita a sua relação íntima com o PSDB. “Todo mundo sabe e já se falou muito das relações de Sérgio Moro com o PSDB do Paraná, das relações de amizade, da proximidade desse juiz com políticos do PSDB. Agora surge essa notícia, que é gravíssima e precisa ser investigada. Na cara dura ele protege os seus amigos, ou melhor, os seus correligionários”, denunciou Teixeira.

O parlamentar paulista, que é advogado, também criticou os tribunais superiores que não revertem as violações cometidas por Moro. “O juiz Sérgio Moro não tem qualquer autoridade que consiga freá-lo. O TRF-4 homologa as barbaridades que ele pratica. O STJ, principalmente o relator da Lava Jato no STJ, Félix Fischer, homologa igualmente as barbaridades que Sérgio Moro pratica. O mesmo acontece com o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin. Essa Justiça não é para todos”, disparou.

Paulo Teixeira lembrou que existe na Câmara uma comissão parlamentar de inquérito, pronta para ser instalada, que vai apurar irregularidades na chamada “indústria de delações” da Lava Jato. “Assim que ela for instalada, a CPI poderá investigar também esse fato relacionado a esse assessor da Casa Civil de Beto Richa. Um depoimento com essa força probatória, de repente ser anulado pelo juiz Sérgio Moro, conhecido de todos nós, sabidamente partidário, perseguidor do PT, certamente é algo para ser investigado”, afirmou o deputado.

A justificativa de Moro para anular o depoimento de Nasser foi uma questão formal. Segundo o juiz, “não foram, aparentemente, pelo menos isso não consta na degravação, tomadas as cautelas próprias para advertir o investigado de seus direitos, entre eles o de permanecer em silêncio e o de asssistência a um advogado prévia e durante o interrogatório”.

Curioso que esse tipo de cautela não foi observada, por exemplo, quando Moro divulgou de forma ilegal conversas entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para citar um único exemplo de irregularidade cometida pelo juiz celebridade.

Rogério Tomaz Jr. com informações do Paraná Portal

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