A educação de qualidade está longe de ser, efetivamente, um direito garantido a todos. Esse é o cenário apresentado pelo Anuário Brasileiro da Educação Básica-2012, lançado nesta quarta-feira (9), na Comissão de Educação e Cultura da Câmara. O Anuário faz uma compilação de análises e dos dados oficiais mais recentes relativos ao setor e aponta os desafios para a melhoria da qualidade do ensino no País.
O presidente da comissão, deputado Newton Lima (PT-SP), elogiou a publicação, que é uma iniciativa do Movimento Todos Pela Educação e que congrega sociedade civil, educadores e gestores públicos em torno do direito à educação básica de qualidade. A publicação deu-se em parceria com a Editora Moderna, comprometida com o trabalho das escolas e dos trabalhadores há mais de 40 anos.
“O primeiro exemplar do Anuário foi lançado na Comissão de Educação e Cultura no momento em que estamos definindo o Plano Decenal da Educação. Ele será um subsídio fundamental, não só para o PNE em 2012, mas também para acompanharmos a evolução da educação básica no Brasil”, destacou Newton Lima.
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), que é membro da comissão, também elogiou a publicação, que tem como foco o aluno brasileiro. “O anuário é instrumento importante para todos os que têm compromisso com a defesa da educação brasileira”, afirmou a petista.
Durante o lançamento do Anuário, a Diretora Executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, admitiu avanços na educação brasileira, sobretudo, nos indicadores quantitativos (fluxo e matrícula), mas, segundo ela, em termos de aprendizagem, o avanço ainda é lento.
“Mesmo nos estados mais ricos e com investimento maior em educação, o nível de aprendizagem dos estudantes brasileiros ainda é baixo, principalmente no ensino médio e em matemática. O País precisa ter um projeto que impulsione o aprendizado da disciplina”, ressaltou Priscila Cruz.
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2012 aponta ainda que 1/3 dos alunos que deveriam estar cursando o Ensino Médio estão no Ensino Fundamental e 51,4% das crianças das escolas públicas que concluíram a 2ª série (3º ano) do Ensino Fundamental não obtiveram os conhecimentos esperados para essa etapa, na avaliação de leitura, na Prova ABC.
Ivana Figueiredo.
