Antonio Cândido: 100 anos de luta pelos trabalhadores

Coerência, compromisso com a justiça social e com a classe trabalhadora na busca de uma sociedade justa e igualitária. Essas sãs as características mais marcantes nos discursos dos presentes na Fundação Perseu Abramo para descrever Antônio Cândido, na noite de terça-feira (24).

Na comemoração dos 100 anos do mais celebrado crítico literário do Brasil, o que não faltou no auditório foi emoção. Aliás, as homenagens começaram com o próprio espaço que recebeu os convidados, que passará ser chamado de Auditório Antonio Cândido, conforme revelou o presidente Márcio Pochmann.

A professora emérita da Universidade de São Paulo Dra. Walnice Nogueira Galvão, que foi aluna e assistente de Cândido, revela que o professor sempre ponderou sobre as conquistas da classe trabalhadora. “Em sua dimensão humana, ele sempre teve a coerência na luta pelo socialismo. Um compromisso com a classe trabalhadora”, destaca.

O sentimento de gratidão e inspiração também foi marcante nas palavras do coordenador da Escola Nacional Florestan Fernandes Álvaro Anacleto. Segundo ele, o projeto pedagógico da escola do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra sempre tomou como base a dimensão humana, na busca por uma vivência baseada em princípios socialistas, tal como o Antonio Cândido. “Para nós no MST, o compromisso, a coerência e a luta socialista podem traduzir muito bem que foi Antonio Cândido”, pontua.

Anacleto fez questão ainda de ressaltar a visão triunfante que Cândido tinha sobre o socialismo nos dias atuais. “Quando questionado se o socialismo fracassou e capitalismo deu certo, ele sempre ponderava que as conquistas da classe trabalhadora foi fruto da luta, portanto, do socialismo, como jornada de trabalho, férias e todos outros direitos trabalhistas. Essas são propostas socialistas. A coerência de estar ao lado da classe trabalhadora em busca de uma sociedade justa e igualitária, para nós é uma marco muito importante de quem foi Antonio Cândido”, aponta.

Paulo Vannuchi, jornalista e ex-ministro dos Direitos Humanos, foi um dos mais emocionados. Antes de começar seu discurso, ele fez questão de convidar a todos os presentes para dar um “Boa Noite Lula”. Segundo Vannuchi, Cândido foi um grande intérprete do Brasil, cujas obras literárias traduziram as lutas. “Proponho que está noite seja um trabalho permanente. Cabe a nós preservar também o lado de pensador político”, exalta.

A historiadora Laura de Mello e Souza, por sua vez, fez o mais sensível dos discursos. Filha de Antonio Cândido, a professora revelou que o pai se indignava diante da injustiça social, desde criança. “Desde pequeno, ele disse que acordava de noite e ficava pensando nas pessoas que não tinham casa e não conseguia mais dormir. Acredito que ele foi porque ele quis. Ele dizia que não gostaria de sofrer e perder a autonomia. Isso não quer dizer que ele desistiu. Mesmo sem ser um crente, ele foi um homem que pautou a vida por princípios firmes e presentes. Eu definiria meu pai como um homem simples e fraterno”, revela.

Literatura e Luta – Antonio Cândido é considerado o maior crítico literário do Brasil tendo uma frutífera produção acadêmica e intensa luta por um país mais justo e solidário. Cândido foi um dos principais pensadores da fundação do PT, em 1980. Percorreu o país, elaborou programas de governo e ajudou a moldar as diretrizes do partido ao longo das décadas.

Também presidiu o Conselho Curador da Fundação Wilson Pinheiro, primeira instituição de formação e pesquisa criada pelo partido, e colaborou destacada e permanentemente com a Fundação Perseu Abramo.

Da Agência PT de Notícias

 

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