O deputado Fernando Ferro (PT-PE) usou a tribuna da Câmara na quinta-feira para denunciar o discurso “conservador” e “neoliberal” que ronda a constituição da Aliança do Pacífico. De acordo com o petista, aqueles que defendem essa proposta apostam na Aliança do Pacífico “como uma saída para a nossa política externa continental”. Para Ferro, essa articulação representa um contraponto ao Mercosul, segundo ele, calcado em questões ideológicas.
“O Brasil melhorou as relações com todos os países da América Latina, com a Colômbia, com o Peru, por exemplo. Aumentamos nossas relações comerciais com esses países, negando esse viés ideológico do discurso conservador que tenta contrapor a Aliança do Pacífico ao Mercosul”, afirmou Fernando Ferro.
O deputado lembrou que nos últimos tempos tem havido um “florescimento” da democracia na América Sul, e, para ele, isso tem incomodado. “Há uma visão conservadora que é hoje hegemônica no seu alinhamento imediato com os Estados Unidos”, denunciou.
O petista refutou o argumento de que a união entre os países como Chile, Peru, Colômbia, México e Costa Rica aos Estados Unidos pode se constituir em um bloco para promoção do desenvolvimento regional.
“Não é isso que verificamos. Na verdade, as relações desses países com os Estados Unidos têm provocado problemas brutais de déficits comerciais nas balanças comerciais. O México hoje tem um déficit na balança comercial de 72 bilhões com os Estados Unidos”, esclareceu Fernando Ferro.
Independência – Ferro fez questão de explicar que não existe por parte do Brasil uma política hostil em relação aos Estados Unidos. Ele reafirmou a parceria entre os países, mas defendeu alternativas comerciais para que o Brasil não fique submetido às crises americanas como as que ocorreram no passado.
Nesse sentido, o petista reforçou os laços culturais “históricos” do Brasil com a América do Sul e defendeu o aprofundamento das relações com o mercado interno latino-americano, porque, segundo ele, foi o que deu “gordura” para o País sobreviver à crise econômica mundial. “A nossa relação com os países latino-americanos e o desenvolvimento de nosso mercado interno permitiram que sobrevivêssemos a essa tempestade lá fora”.
“Não podemos nos submeter a esse discurso ideológico, que, no fundo, é neocolonial e submisso a interesses das grandes corporações transnacionais americanas”, emendou Fernando Ferro.
Benildes Rodrigues