No Congresso Aço Brasil, Geraldo Alckmin anuncia iniciativas de apoio à indústria e critica decisão do Banco Central de manter a Selic a 10,50% ao ano; presidenta do PT, Gleisi Hoffmann reforçou: “Tapa na cara do país”
“Não há razão para termos a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, afirmou o vice-presidente, durante o evento de abertura do Congresso Aço Brasil, em São Paulo. A declaração do vice-presidente aconteceu na última segunda-feira (4), antevéspera da divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa de juros em 10,50% ao ano e acenou com a possibilidade de novas altas.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, lembrou que o Brasil tem a segunda maior taxa de juros real do mundo, “só atrás da Rússia, que está em guerra”. E assinalou que a manutenção de índices tão elevados prejudica o crescimento econômico e os investimentos no país: “O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte, e amanhã será divulgado um recorde nas exportações de janeiro a julho. Temos reservas cambiais robustas e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida.”
Enquanto o mundo enfrenta estresses econômicos, o Brasil tem fundamentos e compromissos na economia. pic.twitter.com/8UKDbHIUdq
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) August 6, 2024
Durante o evento, o vice-presidente destacou que a indústria de aço está sempre na vanguarda da inovação, “é a indústria das indústrias”. E aproveitou para evidenciar as iniciativas do governo federal para fortalecer o setor e atrair investimentos, como o Programa Mover, que prevê R$ 100 bilhões para descarbonização industrial até 2028. Com uma melhor taxa de juros, o desempenho do setor poderia ser potencializado.
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“Tapa na cara do país”
A ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (6), justifica a manutenção da Selic com um contexto de incerteza global e resiliência econômica doméstica. O documento menciona a necessidade de “serenidade e moderação” na condução da política monetária. E afirma que o Banco Central manterá a taxa elevada pelo tempo necessário para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas de inflação em torno das metas estabelecidas.
“Na sua última ata, a Banco Central afirmou que ‘não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado’. Com isso, o Banco Central já cria uma corrida especulativa para que os rentistas torçam a favor do desequilíbrio fiscal e da escalada da inflação. Ao invés de trazer calma e tranquilidade, Campos Neto quer trazer pânico e incerteza”, disse o parlamentar.
Lindbergh prosseguiu: “Além do mais, parece que o BC sempre busca um culpado para sua política austera e rentista: se não é o ambiente interno, é o internacional e vice-versa. Campos Neto tem que se decidir: ou se baseia em fatos, dados e na suposta ‘técnica’, ou se baseia nas 1desconfianças do mercado’”.
Roberto Campos Neto, mais uma vez, está jogando contra o Brasil ameaçando com a taxa de juros. Na sua última ata, a Banco Central afirmou que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”. Com isso, o Banco Central…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) August 6, 2024
As críticas de Alckmin, Lindbergh e outras vozes à política do Banco Central ecoam a frustração de diversos setores econômicos, que têm na alta taxa de juros um entrave ao desenvolvimento. Essa barreira imposta pelo bolsonarista Campos Neto precisa cair, para o bem do país.
Da Redação da Agência PT