Movimentos sociais como a Contag e o MST não arredam o pé das portas do Congresso Nacional independentemente de o governo ilegítimo de Michel Temer ter retirado de pauta a famigerada Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/16) que trata da Reforma da Previdência. Com batuques, faixas, bandeiras e cartazes, trabalhadores rurais ocuparam nesta terça-feira (20) a entrada da Câmara dos Deputados para mostrarem que estão atentos e vigilantes aos movimentos do Palácio do Planalto, que já avisou que pode fatiar a proposta da reforma em projetos infraconstitucionais, os quais precisam apenas de maioria simples para aprovação no Congresso Nacional.
“Com a intervenção no Rio de Janeiro, a Reforma da Previdência está suspensa e, possivelmente, esse ano não será votada. Mas o governo anunciou ontem [19] que ela pode voltar através de projeto de lei e assim fazer as alterações naquilo que não precise de PEC. Isso pode nos prejudicar muito, por isso vamos ficar atentos e permanecer na luta e fazendo a pressão”, afirmou o presidente da Contag, Aristides Santos.
Ele disse ainda que o ato nas portas do Congresso Nacional é para reafirmar à sociedade e ao Legislativo que a pauta previdenciária não é tema urgente. “Nós precisamos reconstruir o Brasil. Eles estão desmontando todas as políticas públicas”, lamentou o sindicalista.
Escravos – A vice-líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara deputada Erika Kokay (PT-DF), que também participou do ato, destacou que a presença dos trabalhadores rurais, da Contag e dos sindicatos é para dizer ao governo ilegítimo que os trabalhadores brasileiros “não são escravos de nenhum senhor”.
“Esse povo brasileiro é filho de Margarida Alves, de Chico Mendes e Zumbi dos Palmares. E vai reagir e resistir. Por isso derrotamos a Reforma da Previdência. Eles tiraram a proposta da pauta e criam uma cortina de fumaça (com a intervenção no Rio de Janeiro) para esconder a mais profunda derrota que o povo brasileiro impôs a Michel Temer e a sua quadrilha que está no Palácio do Planalto”, observou Erika.
Benildes Rodrigues