A agência de classificação de risco Standard and Poor’s manteve a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira como grau de investimento “BBB-”. A nota divulgada na segunda-feira (23) funciona como um selo de bom pagador e atesta que o País é seguro para investir. No comunicado, a S&P justifica que a manutenção da avaliação é “reflexo da expectativa de que o ajuste fiscal implementado pelo governo federal continuará recebendo o apoio da presidenta Dilma Rousseff e do Congresso”.
Para a S&P, os ajustes permitirão restaurar, de forma gradual, a credibilidade política do País e abrir um caminho para uma perspectiva de crescimento ainda mais forte em 2016. “O governo ainda tem de detalhar uma agenda de crescimento a médio prazo, mas esperamos que as medidas no final do ano, com uma ênfase renovada sobre a participação do setor privado em projetos de infraestrutura”, explica a agência.
Na avaliação do deputado Enio Verri (PT-PR), titular da comissão de Finanças e Tributação da Câmara, não há surpresa na manutenção do grau de investimento no Brasil. “A S&P só está confirmando o acerto das nossas políticas econômica e social. Mostra também que o País tem credibilidade no exterior. Lá fora eles não nós enxergam com as lentes distorcidas da oposição e de parte da grande mídia”, afirmou.
Enio Verri destacou ainda que no exterior o Brasil é visto com credibilidade não só no setor econômico e nas políticas sociais. “Temos informação hoje de que a Itália quer, por exemplo, copiar as medidas do pacote anticorrupção lançado na semana passada pelo governo Dilma”.
Fundamentos – Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), também titular da Comissão de Finanças e Tributação, a S&P percebe que os fundamentos econômicos brasileiros estão consolidados e que há claro sinal de retomada de crescimento para 2016. “A agência confirmou o que temos dito sempre: A nossa economia é sólida, continuamos gerando emprego e renda. Faltavam alguns ajustes, que já estão em curso”, frisou.
A agência de classificação de risco reafirmou ontem também o rating do Brasil em moeda estrangeira e nacional, de curto prazo, em ‘A-3′ e ‘A-2′, respectivamente.
O comunicado da S&P veio depois do fechamento do mercado financeiro ontem. A boa notícia deve ter reflexo nesta terça-feira (24). Na segunda, pelo segundo dia, o dólar fechou em queda de 2,6%, valendo R$ 3,14. É a maior em queda em um dia desde setembro de 2013. No ano, o dólar já subiu 18%.
Vânia Rodrigues com agências
Fotos: Gustavo Bezerra/PT na Câmara