Afastamento de Cunha é tardio, mas abre espaço para anulação do processo de impeachment, avaliam deputados

PTVARIOS

O afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo de deputado, hoje (5), pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na avaliação dos parlamentares da Bancada do PT na Câmara vem tarde, mas é importante porque desnuda para a sociedade brasileira que Cunha é o chefe do golpe em curso no País e, portanto, tudo o que foi feito nesta Casa tem que ser anulado. “O Supremo demorou 141 dias para acatar o pedido de afastamento, mas ele é fundamental porque confirma que Cunha era de fato o chefe do golpe e Michel Temer uma marionete do Cunha. Agora que o chefe caiu, nós vamos derrubar o golpe”, afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Paulo Pimenta, que na sessão de ontem à noite disse a Cunha que aquela seria a última sessão que ele presidiria, alertou que esse afastamento é apenas um começo. “Temos que pedir a nulidade dos atos de Eduardo Cunha à frente da Câmara – o governo já anunciou que vai fazer isso -, temos que continuar defendendo a Dilma, defendendo a democracia. Temos que ir para as ruas acabar com esse golpe”, conclamou.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também destacou a importância do afastamento de Eduardo Cunha, uma vez que ele vinha se aproveitando do cargo de presidente da Câmara para obstruir a Justiça, em especial o processo de sua própria cassação. “Infelizmente, foi uma decisão tardia. Não apenas porque a Procuradoria Geral da República já havia requerido seu afastamento em dezembro, cinco meses atrás, mas principalmente porque suas atividades ao longo desse período foram profundamente afetadas pelo seu comportamento criminoso”, lamentou.

Paulo Teixeira também reforçou que não se pode aceitar a continuidade desse processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “A sociedade brasileira, que se mobilizou para denunciar Cunha e tornar realidade esse afastamento, agora deve se mobilizar para cobrar do Senado e também do STF a paralisação desse processo, contaminado desde a origem por vingança, retaliação e chantagem de Eduardo Cunha”, defendeu.

“Como pode o processo de impeachment de uma presidenta da República eleita legitimamente, que sequer foi indiciada ou teve suas contas reprovadas, ser conduzido por alguém que é réu e que agiu de forma criminosa na abertura do processo, como atestou agora o ministro do STF”, questiona Teixeira.  

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) disse que o dia 5 de maio é histórico pela decisão do Supremo de afastar Eduardo Cunha. “Mas é fundamental que, para consolidar esse dia histórico, o STF tenha a coragem de anular os atos do presidente Eduardo Cunha, em especial os atos do golpe do dia 17 de abril”, afirmou, se referindo à sessão do plenário da Câmara, presidida por Eduardo Cunha, que aprovou a admissibilidade do processo de impedimento da presidenta Dilma.

Liberdade – A deputada Moema Gramacho (PT-BA) reforçou que o afastamento de Cunha, ainda que tardio, comprova o que a bancada petista sempre denunciou: Ele (Cunha) utilizou indevidamente a Câmara, o cargo de presidente e o regimento da Casa para se beneficiar. “A decisão do STF nos liberta de um tirano que usou do cargo em beneficio próprio, para tentar salvar o seu mandato. Foi tardio porque deveria ter acontecido antes da sessão que aprovou o processo contra a presidenta Dilma, mas nos liberta para que possamos continuar atuando em favor do Brasil, em favor da democracia”, afirmou. 

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) considerou a decisão história e afirmou que o afastamento de Cunha “limpa a Câmara”. “É uma vitória da democracia”, completou.

O deputado Chico D’Angelo (PT-RJ) também fez questão de comemorar. “A decisão pelo afastamento comprova que, infelizmente o Parlamento estava sendo usado ao bel prazer de Eduardo Cunha e contra a democracia”.  

Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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