Citado em inúmeras delações da Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que atirou o País no abismo ao não aceitar o resultado eleitoral de 2014 e criar as condições para um golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff, está prestes a sofrer o mais duro golpe de sua carreira política, segundo informa a jornalista Bela Megale, na manchete deste domingo (27) da Folha de S. Paulo.
Aécio será delatado, com base em documentos, por Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS. De acordo com a delação, Aécio cobrou 3% de propina nas obras da Cidade Administrativa do governo Mineiro. Para o deputado Adelmo Leão (PT-MG) “não é novidade para os mineiros acusações deste tipo contra o presidente nacional do PSDB e ex-governador do Estado, Aécio Neves”.
“Tanto é que aqui em Minas ele perdeu as eleições para presidente no Estado, e o candidato dele a governador também”, observou.
Apesar da gravidade da informação, o parlamentar petista defende que primeiramente todas as acusações sejam devidamente investigadas e, se comprovadas, ocorra a punição devida.
“Diferentemente do que os tucanos fazem com os adversários políticos deles, eu espero que os fatos dessa delação possam ser profundamente investigados e que, se a culpa for comprovada, que se tome as medidas punitivas. E isso até agora não houve em relação ao Aécio Neves, já delatado por seis vezes na Lava Jato, e até hoje nunca investigado”, observou.
O jornal disse ainda que Léo Pinheiro afirmou que as propinas eram pagas por meio de Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Codemig. Oswaldinho, como ele é conhecido em Minas, é o tesoureiro informal das campanhas de Aécio e também casado com uma prima de Gilberto Faria, padrasto do senador. É ele também o dono do avião usado por Aécio em seus deslocamentos.
Ao todo, a obra custou R$ 1,3 bilhão e foi licitada pela Codemig, presidida pelo tesoureiro de Aécio. Como a OAS recebeu R$ 102,1 milhões, os 3% da suposta propina seriam equivalentes a pouco mais de R$ 3 milhões. Se todas as empreiteiras tiveram pago a mesma propina, seriam R$ 390 milhões. Segundo Aécio, as acusações são “falsas e absurdas”.
Delação– Outra delação também promete tirar o sono do presidente nacional do PSDB. Nota publicada na coluna Radar (revista Veja) deste fim de semana aponta que o empresário Marcos Valério de Souza, pivô do chamado “mensalão”, irá delatar o senador Aécio Neves.
Segundo a revista, o foco do acordo de Valério é a delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, em que ele acusou Aécio de pedir mais prazo, na CPI dos Correios, para que fossem entregues as informações do Banco Rural para maquiar documentos.
Segundo ele, o próprio Aécio, na sede do governo de Minas, teria lhe dito que o tempo extra foi uma estratégia para “maquiar” os dados do Banco Rural que “atingiriam em cheio as pessoas de Aécio Neves e Clésio Andrade”, governador e vice-governador de Minas Gerais à época.
PT na Câmara com informações da Folha de S. Paulo
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