Ação da PF comprova perseguição, seletividade e ataque à democracia

Em mais uma demonstração de perseguição política, seletividade judicial e ataque escancarado à democracia, a Polícia Federal (PF) promoveu na manhã desta segunda-feira (26) mais um espetáculo midiático para macular a imagem do PT e de personalidades históricas do partido. Desta vez, o alvo do show pirotécnico foi o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, atual secretário de Desenvolvimento Econômico do estado.

No início da manhã, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em sua residência, sob o argumento de o ex-governador ter supostamente recebido valores da construção do estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA).  “São afirmações infundadas que foram prestadas pela Polícia Federal. E informações infundadas só servem para virar manchete de jornal. Não sei de onde retiraram aquele valor de R$ 82 milhões, e acho estranho que antes de a investigação chegar ao fim alguém já se pronuncie nesses termos”, rebateu Jaques Wagner.

Ao classificar o caso como uma “brutal ilegalidade”, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), disse se tratar de mais um capítulo do processo de quebra do Estado Democrático de Direito e de avanço do regime de exceção e do estado policial no Brasil. Para dimensionar a gravidade da situação, Pimenta destacou que a PF – na impossibilidade de promover a condução coercitiva do ex-governador – foi mais além na ilegalidade. Sem sustentação razoável, pediu a prisão preventiva de Jaques Wagner, que foi negada pela Justiça. Por entendimento do Supremo Tribunal Federal, a condução coercitiva só é cabível em caso de negação do acusado em depor.

“Como não puderam fazer condução coercitiva, como fizeram com o reitor da UFSC [Luiz Carlos Cancellier, que se matou em consequência de ação da PF], eles pediram a prisão preventiva [de Jaques Wagner] e com isso justificaram o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na sua casa”, detalhou Pimenta. Tão grave quanto essa situação, segundo o líder petista, foi o fato de a TV Bahia, afiliada da Rede Globo e de propriedade da família de ACM Neto, estar diante da casa de Jaques Wagner antes mesmo de a PF chegar para cumprir o mandado.

“Tudo isso faz parte dessa odiosa tentativa permanente de aniquilação do Partido dos Trabalhadores e das nossas lideranças, por causa de tudo aquilo que representamos, como possiblidade real de derrotar esse golpe e de oferecer uma alternativa de futuro ao País, que passa pela figura do presidente Lula e também por pessoas como Jaques Wagner”, ressaltou Pimenta.

O deputado Jorge Solla (PT-BA), ao apontar a seletividade da operação, lembrou que, quando o alvo é o PSDB, a mesma postura não é adotada pela PF, que nada investiga sobre a relação entre o governador Geraldo Alckmin e o operador tucano Paulo Preto, flagrado com R$ 113 milhões na Suíça. “Nenhuma operação de busca na casa do governador, escancarando a seletividade de um judiciário apodrecido pelo seu desvirtuamento. É o golpe que trocou os tanques militares pelas canetas de juízes”, classificou.

O deputado Valmir Assunção (PT-BA) lembrou que – a despeito de a Fonte Nova ter sido o estádio mais barato entre todos os outros da Copa do Mundo – a fórmula utilizada contra o PT foi a mesma de sempre: “setores da Justiça e da polícia alinhados com o projeto político conservador operaram por dentro das instituições do Estado brasileiro, e com maciço suporte midiático dos grandes meios de comunicação, para destruir a imagem de lideranças políticas que representam o nosso projeto”.

Ao repudiar a ação da PF, o deputado Afonso Florence (PT-BA) afirmou se tratar de um “procedimento que espetaculariza a investigação”. Segundo o petista, foi uma ação midiática que expôs a imagem pública de uma pessoa ilibada. “É uma ação política, mais do que investigativa”, apontou.

Foto: Divulgação

 

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